Quatro instituições do Paraná receberam ontem o Prêmio Gates de Saúde Global 2003, um dos principais do mundo no incentivo às ações de combate à aids. A entrega foi feita em Curitiba pelo secretário de Estado da Saúde, Cláudio Xavier, e pelas coordenações de DST/Aids do Paraná e do Ministério da Saúde.
O Paraná foi o segundo Estado mais premiado, perdendo apenas em número de organizações não-governamentais (ONGs) escolhidas para São Paulo. A Estrela da Manhã (Maringá) e Aviver (Paranaguá) receberam uma premiação de R$ 65 mil, o Grupo de Amor a Vida (Castro) e o Lar Esperança (Cascavel) receberam um prêmio de R$ 50 mil. Representantes das quatro instituições compareceram ao evento que aconteceu na Secretaria de Estado da Saúde.
Participaram do processo de seleção 181 instituições de todo o Brasil. Na avaliação realizada por um comitê de profissionais de saúde, foram contempladas 51 propostas. O prêmio Gates é patrocinado pela Fundação Melinda e Bill Gates, com sede nos EUA.
Hoje, no Paraná cerca de 12.500 adultos e 553 crianças sabem que estão infectadas pelo vírus. Outras 26 mil pessoas em todo o Estado podem estar com o vírus e não saber. No Brasil calcula-se que cerca de 600 mil pessoas estão infectadas pelo HIV.
Só no Paraná, a proporção de casos entre homens e mulheres, que já chegou a ser de 18/1, hoje é de dois por um. Em mais de 150 municípios brasileiros, o número de mulheres infectadas já superou o de homens, e no ano de 2002, em todas as capitais brasileiras, o número de mulheres jovens atingidas ultrapassou o de homens na mesma faixa etária.
Mais meninas
Os últimos dados sobre a aids revelam que, desde 2000, está ocorrendo uma inversão na relação da doença entre homem e mulher, na faixa etária de 13 a 19 anos de idade, com um número maior de casos em adolescentes do sexo feminino. Em 2000, foram 191 casos em meninas de 13 a 19 anos contra 151 casos em rapazes da mesma idade. Em 2001, foram notificados 152 casos de aids em adolescentes do sexo feminino, contra 91 em adolescentes homens. Entre os jovens de até 24 anos, esta relação homem/mulher já está igual, tendendo para as mulheres superarem os homens também.
Dessa forma, os novos números da aids confirmam uma maior ?feminilização? da epidemia ano a ano, apontando as mulheres como a população na qual a epidemia de aids mais cresce no País. Enquanto que no período de 1980-1990 havia uma média de 6,5 casos de Aids em homens para cada caso observado em mulheres, no período entre 1991-2001 a relação média é de 2,4 casos em homens para cada caso na população feminina.
