Organizações não governamentais (ONGs) pressionam o Ministério do Meio Ambiente em função da demora na criação das oito unidades de conservação de araucárias, no Paraná e em Santa Catarina, previstas para maio deste ano. As áreas em questão são: o Parque Nacional dos Campos Gerais, a Reserva Biológica das Araucárias, o Refúgio de Vida Silvestre do Rio Tibagi, a Reserva Biológica das Perobas e o Refúgio de Vida Silvestre dos Campos de Palmas, no Paraná; e a Estação Ecológica da Mata Preta, o Parque Nacional das Araucárias e a Área de Proteção Ambiental das Araucárias, em Santa Catarina.
"Não há uma justificativa para a demora. As audiências públicas já foram feitas há mais de um mês. Só resta a criação", diz Miriam Prochnow, coordenadora-geral da ong Mata Atlântica. Ela denuncia que o atraso na criação das unidades está propiciando a continuidade na exploração das áreas. "Em junho fizemos o registro de uma derrubada de araucárias para a plantação de pinus no entorno de uma das áreas em Passos Maia, em Santa Catarina. Em Palmas, a derrubada registrada foi dentro da unidade. Se uma atitude não for tomada logo, tememos pela extinção das araucárias", diz.
Segundo Miriam, a resposta do Ministério do Meio Ambiente à indagação de tanta demora é a necessidade de alguns ajustes após a realização de dez audiências públicas em sete municípios da região. "Eles dizem que apenas algumas estão tendo ajustes finalizados, mas queremos agilidade. Os estudos detalhados foram concluídos em maio. Já passou da hora."
Informações do ministério dão conta que até o fim da semana a ministra Marina Silva venha a público para oficializar a criação das unidades de conservação. A grande resistência à criação das áreas partiu de agricultores locais, temerosos em perder suas terras. (GR)