A ONG Terra de Direitos e o MST protocolaram ontem solicitação de providências sobre ato de racismo e agressão praticado pelo presidente da Sociedade Rural Oeste (SRO), Alessandro Meneghel. O pedido foi encaminhado para a Secretaria Estadual de Segurança Pública, a Ouvidoria Agrária, a Secretaria Especial de Direitos Humanos, o Conselho Permanente dos Direitos Humanos do Paraná e a Ordem dos Advogados do Brasil.
A audiência do dia 23, que serviria para selar a paz entre o presidente e os trabalhadores sem terra, solucionando o caso da agressão a cinco sem terra no dia 30 de novembro, terminou em discussão. Segundo a advogada Gisele Cassano, da ONG Terra de Direitos, quando o conciliador perguntou se haveria acordo, Meneghel ?começou a falar em voz alta, que não fazia acordo com vagabundos e ladrões. Para uma das trabalhadoras, usou termos racistas. Só conseguimos deixar o fórum com escolta policial?, diz a advogada. Ela conta que os advogados também foram ameaçados.
A ONG e o MST vão manter o processo contra o que chamam de ?maus-tratos praticados contra os sem terra no dia 30 de novembro?, na estrada Cascavel- Foz de Iguaçu. ?Eles foram parados e agredidos com paus e ferros quilômetros antes do destino por um bloqueio da Sociedade Rural Oeste?, diz Gisele.
Além desse processo, relacionado ao crime de lesões corporais, os advogados pretendem entrar com outro processo contra Meneghel, por calúnia, difamação e racismo.
O presidente da Sociedade Rural Oeste, Alessandro Meneghel, alega que foi ameaçado. ?Um dos advogados perguntou se eu não tinha medo de morrer ou ter minhas propriedades invadidas?, disse. Logo em seguida, ele afirma ter dado queixa contra o advogado. ?Fiz isso antes deles e agora eles estão vindo com essa história. Eu é quem fui ameaçado?.