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O Movimento Viva Brasil, Organização Não-Governamental (Ong) nascido em São Paulo, que é contra a campanha do desarmamento, terá um núcleo no Paraná. A idéia do presidente da ONG, Bene Barbosa, é defender o direito das pessoas de possuírem uma arma como forma de intimidar marginais.

Ele contou que em doze anos que teve uma arma, utilizou-a quatro vezes para intimidar assaltantes. Em todas as ocasiões, os bandidos fugiram. "Marginal só ataca quando nota que há superioridade. Ao ver o cidadão comum entregando uma arma, o bandido sente nele um sentimento de rendição. Isso o leva a pensar que seu crime vai ficar mais fácil."

Para Barbosa, assim como no restante do País, a campanha de desarmamento no Paraná não está sendo útil. Segundo ele, o número de homicídios no Estado cresceu 8% este ano, enquanto os seqüestros-relâmpagos aumentaram em 400%. "A cidade de Umuarama é citada pelo governo estadual como exemplo, já que houve redução de 30% nos crimes com arma de fogo. Mas eles não divulgam que os crimes com arma banca cresceram 30%", cita. "Em São Paulo estão roubando pessoas no farol sem arma na mão."

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Barbosa é contra o plebiscito sobre armas, previsto no artigo 35 do Estatuto do Desarmamento. "Serão gastos R$ 600 milhões de forma inútil para fazer esse referendo, já que até o ministro da Justiça já falou que a campanha não desarma os marginais", disse, classificando de "circo" as operações que são organizadas pelos estados e pelo governo federal para a destruição de armas.

Destruição

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Na manhã de ontem, o governo do Paraná destruiu quatro mil armas arrecadadas pela campanha estadual do desarmamento, em uma cerimônia pública em frente ao Palácio Iguaçu. "O enfrentamento definitivo da violência é uma das formas de desenvolvimento sustentável do País. A campanha contra a violência é um passo para o processo de inclusão social", afirmou o governador Roberto Requião (PMDB). Foi a maior destruição pública de armas já feita pelo Estado. Mais de onze mil armas de fogo foram inutilizadas em 2004, contra pouco mais de 740 em 2003.

Requião disse que os índices de criminalidade estão diminuindo no Estado e que a campanha do desarmamento evitou que muitas armas chegassem nas mãos de jovens. "O objetivo da campanha não é desarmar as quadrilhas. Nesse lote destruído hoje vi apenas duas armas que poderiam ser utilizadas pelos grandes criminosos: uma metralhadora argentina e um Fuzil Hugger 762. As demais armas são caseiras, que ficarão fora de circulação e esse é o lado positivo da campanha", afirmou Requião. Desde janeiro deste ano, 29 mil armas de fogo já foram tiradas de circulação no Paraná.