Comerciantes da Rua João Tschannerl, no bairro Vista Alegre, estão preocupados com a onda de assaltos que assola a região. No último mês, uma banca de revistas, um posto de gasolina e uma pizzaria foram vítimas dos assaltantes. Segundo os empresários e quem trabalha na vizinhança, o clima é de medo e alguns comércios já cogitam a hipótese de fechar as portas se a violência continuar.

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O dono de uma pequena banca de revistas sofreu dois assaltos num período de dez dias. Para evitar novos roubos, ele instalou, há menos de uma semana, uma grade na porta de seu estabelecimento. “Eu me vi obrigado a fazer isso, pois não tinha outra alternativa. Sofri dois assaltos, um seguido do outro, e no dia que instalei a grade teve mais uma tentativa. Então é o que me resta”, afirma o comerciante, que preferiu não se identificar.

Ele ainda reforça que vários comércios do bairro estão sofrendo com os constantes assaltos nos últimos meses. “Não sou só eu. O posto de gasolina aqui da rua também foi roubado. Tem uma pizzaria que já foi assaltada mais de duas vezes e tem outros por aí. E não adianta chamar a polícia. Eles vêm, anotam o nome, fazem o boletim de ocorrência e nada acontece”, reclama.

“Eu já não sei mais o que fazer. Acredito que em mais alguns meses eu vou ter que fechar minha banca. Os assaltos continuam, a polícia não faz nada e os bandidos continuam soltos. Eu sou aposentado já, não preciso disso pra viver. Então não descarto a possibilidade de fechar as portas”, desabafa.

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Assalto à mão armada

O frentista do posto de gasolina assaltado, citado pelo comerciante, estava trabalhando no momento do crime e revela como foi a ação dos bandidos. “O bandido chegou pra mim pedindo uma informação e, quando percebi, ele deu voz de assalto e estava armado. Levou cerca de R$ 300. Depois me falaram que ele fugiu de moto com um comparsa. E isso tudo por volta das 13 horas”, detalha o trabalhador, que também não quis se identificar.

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Ele também informou que, na semana passada, em frente a uma lavanderia da região, bandidos armados levaram o carro de um  cliente. “Chegaram dando voz de assalto, renderam o dono de carro e levaram o veículo. Isso tudo no horário comercial e bem em frente à lavanderia, com rua movimentada e tudo. Infelizmente, a região está bem complicada”, lamenta o frentista.

Só duas viaturas pra oito bairros

O capitão Luciano de Oliveira, do 12º Batalhão de Polícia Militar, informa que a Rua João Tschannerl está entre as 50 vias prioritárias de patrulhamento da área. Mas lamenta a falta de estrutura para dar mais agilidade no atendimento às ocorrências. “Nossa companhia enfrenta o mesmo problema de toda a PM do Paraná. Cuido de oito bairros, do Batel até o Pilarzinho, com duas viaturas. Eles estão certos em reclamar, mas para aumentar o patrulhamento é preciso contratar mais policiais. Hoje a PM faz mágica com o que tem, já que o efetivo é escasso”, admite.

Ele sugere que os comerciantes da região instalem mecanismos de segurança, como filmadoras voltadas para os clientes. Em caso de roubo, com a imagem em mãos, o capitão diz que fica mais fácil para a corporação identificar e capturar o ladrão. O capitão ressalta ainda que a investigação dos crimes é de responsabilidade da Polícia Civil.

Porém no 3º Distrito Policial, o mais próximo da João Tschannerl, localizado no Mercês, não há registros destes casos. Na Delegacia de Furtos e Roubos, que centraliza os boletins de ocorrência com autoria desconhecida, a informação é que a PM teria um levantamento de furtos na via. Est,a, por sua vez, alegou que não conseguiria repassar este tipo de estatística ontem, pois demandaria mais tempo para conseguir os dados.