Onças-pintadas se adaptam à rotina do zôo

As duas onças-pintadas – um macho e uma fêmea – que chegaram do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) do Estado do Amazonas, no último dia 16, começam a se adaptar à nova rotina no zoológico de Curitiba. Os animais foram apreendidos pelo Ibama e doados ao município de Curitiba, mas eles só poderão ser observados pelos visitantes do zôo depois do período de quarentena, para adaptação das onças.

"Eles ainda estão estressados e isso se deve à viagem que fizeram", explicou o veterinário Manoel Lucas Javorouski aos jornalistas autorizados a fotografar e fazer imagens dos animais na manhã de ontem. Por enquanto, as onças ficam numa área de manejo, isoladas do público e cuidadosamente observadas e avaliadas por veterinários e biólogos. Daqui a 20 dias, uma nova avaliação será feita para definir quando os animais irão para o recinto de visitação. O casal de onças-pintadas deverá ficar no recinto dos felinos, ao lado da onça-preta. No zôo de Curitiba também podem ser observados entre os felinos um leopardo, um casal de pumas e dois tigres.

Aos 14 anos de idade, os novos moradores do zôo de Curitiba são animais típicos da Floresta Amazônica e pesam aproximadamente 60 quilos, suficientes para garantir agilidade na movimentação. As onças chegaram bem nutridas e apresentam bom estado de saúde de acordo com a avaliação feita pela equipe que cuida dos animais. "Mas elas não poderiam ser simplesmente soltas agora na floresta porque viveram 13 anos num cativeiro. Provavelmente elas não sobreviveriam, porque sempre receberam o alimento", alerta Manoel Javorouski. Na floresta, elas teriam que buscar alimento, poderiam ser atacadas por animais maiores e até perder uma eventual disputa por espaço. A área de manejo é maior do que o cativeiro onde os animais foram encontrados numa propriedade particular da cidade de Manaus, e menor do que o recinto onde o casal passará a viver.

Uma das adaptações necessárias é quanto à alimentação. Em Manaus, as onças comiam muito peixe. No zôo de Curitiba a alimentação é à base de carne bovina, coração bovino e dorso de frango. Quando o inverno chegar, será possível observar como elas reagirão às temperaturas mais baixas. As onças que sempre viveram em Manaus estavam acostumadas a uma temperatura mais alta do que a média de Curitiba. O casal nunca reproduziu. "Pode até ser que, num recinto maior, onde elas ficarão a partir das próximas semanas, elas consigam reproduzir", observa o veterinário do zôo.

Na mata, as onças-pintadas vivem de 14 a 15 anos. Sendo bem cuidadas em cativeiro, elas podem viver até 22 anos. Curitiba já teve onças-pintadas no zôo. A última morreu no ano passado, aos 24 anos de idade. É que no zoológico os animais têm acesso aos tratamentos necessários, medicamentos e cuidados para que possam se recuperar sempre que precisem e tenham vida longa.

As onças estão entre os animais recebidos pelo zôo de Curitiba desde o fim do embargo que havia sido imposto pelo Ibama. A partir de julho do ano passado, com a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta, com o Ibama, o zôo pôde voltar a fazer permutas de animais com outros zoológicos do País, receber animais para ampliar o seu acervo e realizar pesquisas. O embargo havia sido imposto em agosto de 2003. No segundo semestre de 2005 o zôo recebeu várias aves, como tucanos e corujas, e um grupo de araras.

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