Chuniti Kawamura / GPP |
A previsão para conclusão |
Há cerca de dois anos, quem descia para o litoral paranaense pela estrada que liga Garuva, em Santa Catarina, a Guaratuba reclamava da quantidade de buracos na pista. As queixas eram tantas, assim como as reivindicações, que a obra de recuperação dos 19 quilômetros da PR-412 e os mais de 17 da SC-415 não pôde ser evitada. O Paraná começou a empreitada – um investimento de R$ 12 milhões -ainda em novembro de 2004. Já Santa Catarina, com o mesmo investimento, começou apenas em setembro de 2005. Hoje, em plena alta temporada de verão, a demora em se finalizar a obra incomoda veranistas, comerciantes e moradores.
A previsão para conclusão das duas obras é julho deste ano. Talvez possam ficar prontas antes, conforme o secretário dos Transportes do Paraná, Waldyr Pugliesi, e o presidente do Departamento de Infra-estrutura (Deinf) de Santa Catarina, Romualdo de França Júnior. Enquanto isso não acontece, o pó, as filas e a demora atrapalham tanto em Santa Catarina, quanto no lado paranaense.
Em uma sexta-feira de verão, como a última, o engarrafamento começa logo de manhã. Os carros, enfileirados, vão do centro de Garuva até o viaduto da BR-376. Enquanto as pessoas esperam aborrecidas na fila para poderem seguir viagem, um cantor catarinense aproveita o movimento para divulgar o trabalho. ?Todo dia tem fila, principalmente no final de semana. À tarde ainda piora. Mas eu aproveito para divulgar o meu CD?, diz, contente, Altair do Vale, 38 anos.
Ao contrário do cantor, quem está na fila só para chegar até o comércio central, em Garuva, também perde um tempão. A moradora Maria Helena que o diga. ?Para vir até aqui (centro) tem fila todo o dia.? O que incomoda a comerciante Taiane Sheffen é a sujeira que a obra causa. ?Tem bastante pó e chega a sujar a mercadoria que fica para fora. Há muita gente que chega aqui reclamando da demora?, conta.
Como a estrada está funcionando apenas em meia pista, a demora é grande. A espera na fila de sexta-feira de manhã foi de mais de 20 minutos. Quem opta por esse caminho para desviar do pedágio das praias do Paraná, também sofre o atraso da viagem. No entanto, alguns não reclamam. Cristopher de Oliveira, de 29 anos, saiu de Curitiba com a mãe, o irmão e alguns amigos para passar alguns dias em Guaratuba. Ele ficou o tempo todo na fila, debaixo do sol forte, mas diz que vale a pena. ?Só falta aquele pedaço pequeno. Em vista de como estava a estrada antes, agora está muito bom?, diz.
Paraná
Depois de um pouco mais de oito quilômetros, no trecho paranaense onde as máquinas não passaram, os buracos voltam a aparecer. As sinalizações indicam novas obras à frente e, com elas, nova fila. A cancela fecha para liberar uma pista de cada vez. Como não havia máquinas na pista, a espera não passou de dez minutos. Quem mora desse lado também acha que os transtornos não são tão grandes, em vista dos benefícios. ?O pó tem que ter. Não incomoda, até melhora: eles fizeram até a rampa aqui para casa?, observa o morador Omiro Pattis, 70 anos.
Pugliesi diz que teve de ceder às reclamações sobre os transtornos do engarrafamento dos finais de semana. Para minimizar o problema, o Estado resolveu paralisar as obras das sextas-feiras à tarde até os finais de domingo, durante a temporada. ?Enquanto não finalizarmos as obras vai ter transtorno. A grande maioria dos problemas que existem ali ocorre no trecho catarinense: eles interrompem muito o trecho deles, por isso há engarrafamento?, explica Pugliesi.
Já Santa Catarina tem outro parecer da obra do trecho e das reclamações. ?Antes da intervenção aquilo era só buraco. É normal: as pessoas reclamam quando tem buraco e reclamam quando está em obra. Infelizmente não dá para parar o serviço agora e voltar somente depois do Carnaval. Se não tivesse chuva em setembro e outubro passados, até o final de dezembro a obra já estaria pronta. Agora a previsão é para junho, mas vamos tentar antecipar?, argumenta o presidente do Deinf de Santa Catarina.