Fotos: Aliocha Maurício

Edna e os seus dois fihos: ?No Lindaura, as salas estão superlotadas. Tem sala com 70 alunos?.

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Para muitas crianças que vivem na Vila Iná, em São José dos Pinhais, as férias escolares ainda não acabaram. A previsão era de que a volta às aulas acontecesse no início de fevereiro, com a inauguração do Colégio Estadual Shirlei Machado. Porém o atraso na obra protelou a abertura da escola para o dia 2 de abril. No total, 900 alunos devem ocupar os bancos escolares na nova escola.

O adiamento do início das aulas deixou os pais das crianças preocupados, pois houve outros adiamentos. ?Inicialmente, eles iriam entregar a escola em outubro do ano passado. Depois passaram para fevereiro, depois março e agora abril. Enquanto isso, as crianças ficam em casa, longe dos bancos escolares?, reclama Edna Neves. Moradora do bairro, ela tem dois filhos cursando o ensino médio: Douglas está na 6.ª e Vinícius na 5.ª.

Os dois, ontem, ainda usavam o uniforme da escola da qual foram transferidos, que fica bem mais distante do novo colégio. ?No Lindaura, as salas estão superlotadas. Tem sala com 70 alunos em vez dos 35 ideais. Por isso, eles já começaram a transferir os alunos, mesmo que o Shirlei Machado ainda não esteja em atividade?, diz Edna. Enquanto seguem em férias forçadas, os meninos aproveitam para passear de bicicleta, pois com a demora para o começo das aulas, eles provavelmente terão as férias de julho sacrificadas. A diretora do colégio, Éli Weinfurter, já avisou que está adaptando o calendário para que os alunos não sejam prejudicados no ano letivo. ?Vamos adaptar as aulas, usando os sábados e possivelmente o mês de julho.? Enquanto ainda não recebeu a sala em que vai trabalhar, Éli segue fazendo a matrícula dos alunos em uma panificadora próxima à escola. ?Já temos 200 matrículas. Vamos receber alunos vindos de cinco escolas de São José dos Pinhais que estão com alunos a mais nas salas de aula.?

Obra atrasada

Trabalhadores tentam acelerar ritmo das obras no local.

Segundo o representante do Núcleo Regional de Educação de Curitiba, Carlos Carvalho, a demora para o início das aulas está diretamente ligada ao atraso na obra, que está sob a responsabilidade da empreiteira Endeal, que venceu a licitação para a construção da escola. ?Eles alegam que o atraso é devido a problemas climáticos, ao excesso de chuvas. Mas estamos marcando em cima e demos o prazo máximo de 2 de abril para estar tudo pronto?, diz Carvalho.

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Ele conta que todos os professores que vão trabalhar na escola, que atende alunos da 5.ª série ao 3.º ano do ensino médio, já estão contratados, apenas aguardando que a escola esteja em condições de receber os 900 alunos, que serão distribuídos em 36 turmas e contarão com o trabalho de 100 professores, aproximadamente. ?Está tudo pronto. Já temos material humano, já compramos carteiras, quadros e todo o material escolar necessário. Só falta a empreiteira entregar a obra?, diz.