Depois de quase um ano de atraso, o impasse envolvendo a conclusão da obra de revitalização da Rua Fredolin Wolf, no bairro Pilarzinho, começa a ser resolvido. Foi publicada no Diário Oficial da última quinta-feira (29) a rescisão do contrato com a empreiteira que estava realizando o serviço. Desta forma, a Prefeitura Municipal de Curitiba pode dar início à escolha de uma nova empresa para o trabalho, o que deve demorar entre 30 e 45 dias. A partir da retomada da obra, ainda são necessários oito ou nove meses para a sua conclusão.
Até o momento, 46% da obra foram executados, segundo informações da Prefeitura. A administração municipal afirma que a paralisação das obras não tem relação com o orçamento da obra, que deve chegar em R$ 17,9 milhões, que serão custeados pelo Bando Interamericano de Desenvolvimento (BID). Os sucessivos atrasos da empreiteira, que culminaram com a rescisão do contrato entre as partes, seria o principal motivo. No entanto, a Prefeitura alega que ainda estava cumprindo prazos legais para encerrar o contrato e, por isso, somente agora é que uma nova empresa será contratada para o serviço.
As mesmas quatro empreiteiras que participaram da seleção anterior para definir quem executaria o serviço serão chamadas novamente para apresentarem suas propostas, sem que haja necessariamente uma nova licitação. A Prefeitura garante que não haverá acréscimo no valor da obra por conta do atraso. A obra está parada desde a segunda quinzena de dezembro de 2011. Iniciada em maio de 2010, a revitalização deveria estar pronta em maio do ano passado, quando completaria um ano desde o início de sua execução. Enquanto não é retomada, moradores da região continuam reclamando dos transtornos causados pela paralisação da obra.
A imagem de pedestres e ciclistas no meio da rua já se tornou corriqueira no bairro, segundo o aposentado Izidro Semick. “Estamos indignados. Antes tínhamos calçada e ciclovia. Mesmo que não fosse ótima, dava para usar. Agora todo mundo tem que se arriscar, inclusive quem está dirigindo, pois os cruzamentos estão sem sinalização”, comenta. O proprietário de uma oficina localizada na rua, Joel Bueno Camargo, concorda. “Toda a rua está sem sinalização e estão acontecendo muitos acidentes por causa disso. A única placa que existe na rua inteira foi colocada depois do último, há uns 20 dias”, conta.
Ele ainda conta que a rua virou “pista de corrida”, com a realização de rachas durante o período da noite. Os prejuízos não são poucos. “Além de estarmos inseguros, o pó atrapalha porque trabalho com polimento de carros e os clientes ficam desanimados até esteticamente, pois a calçada foi retirada”, reclama. Para o chefe de oficina, Robert Lemler, os problemas não param por ai. “Sempre que chove tenho que consertar a calçada, que fica com erosão. Todo o pouco trabalho que eles deixaram pronto está mal feito ainda por cima”, afirma. Os três dizem que já fizeram inúmeras ligações para o teleatendimento da Prefeitura, por meio da central 156, mas não obtiveram qualquer resposta.