Construção

Obra de novo shopping avança, mas inauguração é adiada

Curitibanos com mais de 30 anos e uma boa memória se lembram do Shopping Mounif Tacla, na Praça Generoso Marques. Caminhar entre as pouco mais de 50 lojas ou somente se aventurar em uma das raras escadas rolantes da cidade na época de sua inauguração, fim dos anos 1980, eram programas memoráveis por estas bandas.

Três décadas depois, não só a cidade mudou. As aspirações do comandante daquele empreendimento se tornaram bem menos modestas. Aníbal Tacla, 60 anos, virou um dos grandes varejistas paranaenses e comanda a construção do Jockey Plaza, no Tarumã, um gigante de 220 mil metros quadrados, 420 lojas e custo na casa dos R$ 650 milhões. O novo “maior shopping do Paraná” comportaria quase 30 “Mounifs”.

A construção caminha a contento, garante Tacla durante visita ao canteiro de obras, acompanhado por sócios no empreendimento e pela Gazeta do Povo. De olho em cada detalhe, mostra a estrutura pronta dos dois andares de garagem e de boa parte do primeiro piso de lojas.

“50% da parte estrutural está completa”, diz. O que não é o suficiente para garantir o cronograma previsto no lançamento. O cenário econômico incerto empurrou a inauguração para abril de 2018. Antes era outubro de 2017. “A alteração vai ser saudável para o negócio. Esse ano, por exemplo, tinha uma previsão de inauguração de 35 a 38 shoppings, mas somente seis, talvez menos, vão abrir”.

Não bastasse a construção gigantesca, o Grupo Tacla Shopping toca paralelamente outros projetos de médio e grande portes: um outlet em Campo Largo e shoppings em Umuarama e Porto Belo (SC). Somados ao Jockey Plaza, criarão quase 10 mil vagas de emprego.

Custo do shopping gira na casa dos R$ 650 milhões.

Poderia ser o momento mais desafiador desde que assumiu a empresa de mais de 70 anos iniciada pelo pai – Mounif Tacla (sim, o nome do primeiro shopping é em homenagem a ele), um sírio que inaugurou loja de tecidos em Curitiba ainda nos anos 1930. Mas o diretor suaviza.

De fato, a inauguração do Palladium teve seus percalços, sobretudo com órgãos de vistoria. Mas serviu como uma lição para este novo empreendimento, que terá algumas características parecidas. Principalmente de público — na cada de 1,3 milhão de pessoas por mês. Assim como servirá a experiência acumulada no, de certa forma experimental, Shopping Crystal, inaugurado em 1996, época de declínio do Mounif Tacla. “Ele [o Crystal] tinha um conceito diferente não só para o Paraná, mas para o Brasil. E foi espetacular para a época. Lojas amplas, arquitetura aberta, luz natural. Chegamos a ter vendas por metro quadrado equivalente aos melhores shoppings do Brasil. Só que ali é que não tinha como crescer. Ficava apertado. O estacionamento era limitado”, avalia. Em 2010, o centro de compras trocou de mãos — foi vendido para a BR Malls.

Vagas

Estacionamento, definitivamente, não será problema no Jockey Plaza, com suas mais de 4 mil vagas. É um dos atrativos para conquistar uma das últimas fronteiras carentes de empreendimentos do gênero. “O shopping estará praticamente sozinho deste lado da cidade [os empreendimentos mais próximos têm porte menor – PolloShop e Shopping Jardim das Américas]. Estávamos há muito tempo querendo empreender nesta região. Quando deu certo essa negociação, com o próprio Jockey Club do Paraná [um dos parceiros], foi uma grande alegria”.

Aníbal Tacla virou um dos grandes varejistas ,paranaenses e comanda a construção do Jockey Plaza.

Sociedade

O Grupo Tacla Shopping detém 45% do Jockey Plaza. Os outros sócios são as incorporadoras Paysage (15%), Casteval (15%), o Jockey Club do Paraná (10%) e a Greca Asfaltos (15%), última a entrar na parceria.

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