Esta semana o ministro da Educação, Tarso Genro, assinou uma portaria que cria um grupo de trabalho para estabelecer parâmetros para a autorização de abertura de novos cursos de Direito em todo o País. A principal preocupação se refere à baixa qualidade do ensino, devido a proliferação de faculdades nos últimos anos. O Paraná é um exemplo claro disso: em 2000 havia 33 cursos e em 2003 já eram 55.
Um dos termômetros usados para medir a baixa qualidade do ensino é o exame das Ordem dos Advogados (OAB). No início do mês, a OAB-PR divulgou os números das últimas provas, e dos 2.431 candidatos apenas 422 foram aprovados, ou seja, apenas 17,35%. A conselheira da OAB-PR, Eunice Scheer, comenta que a situação não é justa para os alunos. “Eles dedicam cinco anos de sua vida e depois não conseguem se tornar advogados porque não passam nos exames da ordem”, comenta – sem contar que a maioria estuda em universidades particulares e paga pelo curso.
Segundo Eunice, outro fator que tem afetado a qualidade do ensino são as lacunas na formação dos professores. Ela comenta que a titulação é muito importante, mas não é a garantia de que o profissional é um bom docente. “É preciso também ter trabalhado na área, se não terá dificuldades para ministrar as matérias técnicas”, explica. Entre os outros problemas, Eunice aponta a formação escolar deficitária que os alunos apresentam quando chegam à faculdade. “Muita gente não domina a língua portuguesa”, observa.