O jornal destacou o clima de confraternização e a alegria que tomou conta da cidade. Segundo a reportagem, ninguém pensou no trabalho. As crianças encheram as ruas e praças e logo começou um desfile de bonecos de neve. Também foram reveladas algumas curiosidades, como o recorde de venda das lojas de máquinas e filmes fotográficos, a corrida às lojas de roupas, a invasão de turistas na capital, o congestionamento das linhas telefônicas e até a libertação de alguns presos de baixa periculosidade.
Mas O Estado não esqueceu de mostrar, também, o contraponto à euforia. Uma reportagem mostrou a realidade das favelas, onde os moradores não tinham como se proteger do frio. Naquela madrugada, três pessoas morreram de frio. O jornal divulgou também os prejuízos causados às lavouras (principalmente as de trigo e café) no interior do Estado e as medidas adotadas pelo governo.
Numa retrospectiva do fenômeno meteorológico, 15 anos depois, na edição de 17 de julho de 1990, o jornal contou a história do comerciante Edemir Edith Skroch, que guardou em seu freezer um boneco de neve feito na ocasião por mais de dois anos. Ano passado, 30 anos após o fenômeno, O Estado publicou nova matéria em que frustrou o sonho de quem quer ver novamente neve em Curitiba. "Posso adiantar aqui: 110% de certeza de que não neva mais em Curitiba por causa da poluição do homem, a indústria, o efeito estufa, que aqueceu de tal forma a nossa região que não há essa possibilidade", disse ao jornal de 17 de julho de 2005 o meteorologista aposentado Oswaldo Iwamoto.