O perigo das queimaduras nas festas juninas

O mês de junho sempre vem acompanhado por uma preocupação do Corpo de Bombeiros e dos médicos: o aumento de acidentes por queimaduras. Além dos incidentes pelo fato das pessoas buscarem meios para afugentar o frio, há ainda a questão de ferimentos causados por fogos de artifícios nas festas juninas.

Como agravante para este ano, acontecerá a Copa do Mundo de futebol, momento em que as pessoas costumam utilizar os fogos para comemorar as vitórias da seleção brasileira.

Embora não haja uma estatística que comprove o aumento de pessoas feridas por fogos de artifícios, o relações públicas do Corpo de Bombeiros, tenente Leonardo Mendes Santos, conta existe a tendência de que aconteçam mais acidentes neste período.

“É bem provável que tenhamos um aumento nestes casos, tanto é que a preocupação será a mesma aplicada para o ano novo, período onde mais ocorre esta situação. Estamos apreensivos também porque o pessoal costuma exagerar na bebida e resolve soltar estes foguetes, geralmente de modo imprudente. É um potencial cenário para que haja um desastre”, alerta.

Outra preocupação do tenente refere-se às crianças, que costumam brincar com esses aparatos. “É muito importante que as crianças não tenham acesso aos rojões com alta carga de pólvora. Se for comprar, deixe-os em um local em que elas não alcancem. Para as bombinhas de pouco poder de explosão, elas podem usar, desde que um adulto as supervisione”, salienta.

Um dos médicos responsáveis pelo atendimento aos queimados do Hospital Evangélico de Curitiba, Luiz Henrique Calomeno, acredita também que a combinação Copa do Mundo, festa junina e fogos de artifícios deve aumentar o número de atendimentos do hospital.

“Se em jogos do Coritiba e do Atlético já há um aumento considerável de pessoas feridas por fogos de artifícios, imagina então em jogos do Brasil. Estaremos de olho, principalmente se a nossa seleção vencer as partidas”, revela.

O médico conta quais os tipos de ferimentos estes produtos podem causar. “Os fogos podem causar desde ferimentos mais simples até levar um indivíduo à morte. A pessoa pode sofrer queimaduras, lacerações e ainda mutilações. Há casos também de danos aos canais auditivos e também aos olhos”, garante.

Rede elétrica

Outra preocupação com o abuso dos foguetes está na rede elétrica. Se atingir a rede elétrica, os resultados podem ser catastróficos, conforme explica o superintendente da coordenadoria de segurança de trabalho da Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel), José Roberto Lopes.

“A principal consequência é o deslocamento do cabo e ele ir ao solo, atingindo carros, casas e pessoas. A rede elétrica paranaense possui tensões de 127 volts, 13,8 mil volts, 34 mil volts e 138 mil volts. Todas essas tensões são perigosas”, informa.

De acordo com o superintendente, a Copel está fazendo campanhas para alertar a população. “Estamos intensificando a comunicação para que este tipo de acidente possa ser evitado. Alertamos ainda para a questão dos balões, que provocam as mesmas consequências. Se o balão cair na rede elétrica ou, pior ainda, em uma subestação da Copel, não o peguem, pois o risco de tomar um choque é bem alto”, encerra.