Hoje o jornal O Estado do Paraná completa 59 anos de circulação ininterrupta no Paraná. Desde sua primeira edição, no dia 17 de julho de 1951, O Estado transformou-se em um dos maiores órgãos de imprensa do Estado e, a caminho do 60.º ano de criação, destaca-se pela sua história e por influenciar e debater diretamente o meio político paranaense.
Desde a primeira manchete: “Demite-se o Gabinete de Gaspari”, já foram publicadas, com a de hoje, 17.928 edições de O Estado. Para Paulo Pimentel, diretor-presidente de O Estado, o período da ditadura (entre 1964 e 1985) pode ser considerado como o mais desafiador da história de O Estado. “Durante todos esses anos tivemos uma instabilidade política terrível. Vínhamos de um período de democracia que até então parecia estar estabilizada. Naquela época a liberdade de imprensa era como uma instituição consagrada, mas o movimento militar de 1964 mostrou exatamente o contrário”, conta. Para ele, “foram 20 anos de constrangimento nas redações, o censor (responsável pela censura) estava presente no nosso cotidiano, dizendo o que podia ser publicado ou não. Foram 20 anos onde os atos institucionais prevaleceram e a liberdade de imprensa não existia mais. Jornalistas contrários eram presos e os jornais punidos”, relembra Pimentel.
Independente da ditadura militar, O Estado manteve-se atuante no meio político do Paraná. Mesmo durante os anos em que Pimentel era governador, entre 1966 e 1971, O Estado tinha autonomia. “Nesse momento o jornal tinha independência absoluta. De forma geral, os governantes se irritam com notícias contra o seu governo, mas acredito que a imprensa é credora da União, Estado e município, pois fiscaliza melhor e com mais intensidade as ações do poder público. A imprensa presta uma fiscalização gratuita, só não gostam aqueles que eventualmente estão envolvidos em mutretagens”, opina.
Tradição e respeito
Para o jornalista e cientista político Aurélio Munhoz, que trabalhou durante 13 anos na redação do Grupo Paulo Pimentel (GPP), O Estado do Paraná é um dos jornais mais tradicionais e respeita,dos da região. “O Estado merece todo nosso respeito pela sua trajetória de defesa de opinião, pois sempre teve atuação forte no campo da política, seja em âmbito estadual ou federal” conta. Munhoz destaca ainda o trabalho feito pelas outras editorias de O Estado. “Além disso, o jornal sempre teve coberturas memoráveis em outros cadernos como Cidades, Economia, Esporte e Almanaque, este último considerado um dos mais respeitados do Paraná”, diz.
No futuro, portanto, Pimentel aposta que O Estado deverá melhorar ainda mais. “Queremos que o jornal O Estado do Paraná evolua, mantendo sempre sua posição e sua tradição de seriedade e de defesa dos interesses da população”, estima.
Obserservando a evolução das capas do jornal O Estado do Paraná, é possível notar a forte tendência do periódico à crítica relativa aos acontecimentos políticos paranaenses. |
A história do Paraná foi contada minuciosamente durante as últimas seis décadas por profissionais que procuraram orgulhar com suas reportagens e fotografias a tradição de O Estado. |