Com o início das aulas, os pais devem ficar atentos ao que os filhos consomem na escola. Segundo a nutricionista Flávia Sguario, o número de crianças obesas está ultrapassando o de crianças desnutridas. Além disso, 15% das que estão acima do peso têm anemia. Ela explica que a situação é resultado de uma alimentação inadequada e da falta de atividades físicas.
De acordo com Flávia, o problema hoje é a quantidade exagerada de calorias que as crianças consomem, deixando de lado outros alimentos importantes como frutas e verduras. Assim, mesmo com uma quantidade pequena de comida, tornam-se obesos. A nutricionista fala que muitos pais trabalham fora e acham mais prático que o filho compre o lanche. O problema é que na maioria das vezes eles optam por frituras, salgadinhos e refrigerantes. “É preciso orientá-los a escolher melhor o que consomem”, fala.
Lema
“Nutrir sem proibir. Alimentar sem exagerar”, esse é o lema que Flávia segue em seu consultório. Ela explica que não adianta proibir os alimentos. Os pais precisam explicar a importância de cada um e também as conseqüências de se consumir muitas calorias. “Eles são crianças. Não dá para tirar do cardápio a pizza, o cachorro-quente e o refrigerante. É preciso limitar o consumo”, explica. O ideal é uma vez por semana.
Hoje em dia, as escolas já demonstram uma preocupação com o lanche vendido nas cantinas. Mas é preciso ensinar as crianças a combinar os alimentos de modo adequado. Em uma refeição, o ideal é ter os três tipos de alimentos: os construtores, que ajudam no desenvolvimento; os reguladores, que ajudam no funcionamento dos órgãos como o intestino; e os energéticos, que dão energia para as atividades.
Mas não adianta só se preocupar com o que a criança consome fora de casa. As crianças aprendem com os pais a terem hábitos de vida saudáveis. “Se eles não comem salada, como exigir da criança?”, fala Flávia. Ela diz que filhos de pais obesos certamente vão ser pessoas obesas. Frisa ainda que a obesidade deve ser prevenida, já que depois é mais difícil fazer a criança voltar a ter hábitos saudáveis. Sem falar nos problemas psicológicos que ela vai enfrentar por estar acima do peso e na possibilidade de ter doenças como diabete e pressão alta.