Atenção especial aos postos e unidades de saúde de Curitiba deve ser dada na gestão do prefeito Beto Richa. O objetivo é melhorar o serviço prestado à população, agilizando o atendimento e minimizando as filas.
Segundo o secretário municipal de Saúde, Michele Caputo Neto – que exerceu a função de 2002 a junho de 2004, na gestão de Cassio Taniguchi, e retorna ao cargo – nos próximos seis meses a idéia é entregar as unidades de saúde Aurora e Vila Esperança, licitar a do Umbará, reiniciar as obras no posto de saúde 24 horas do Pinheirinho, iniciar as obras do Centro Municipal de Zoonoses (atual Canil Municipal) e licitar as unidades Rio Bonito e Monteiro Lobato. "Dependendo da vinda de recursos federais (R$ 2 milhões), ainda podemos dar início ao projeto do posto de saúde 24 horas do Cajuru, que ficará ao lado do terminal de ônibus do Centenário", revela Michele. Em quatro anos, pretendemos construir um total de vinte unidades básicas de saúde, três centros de especialidades e três unidades 24 horas".
Também até o próximo mês de junho, o secretário pretende abrir concurso público para a contratação imediata de 120 novos médicos para as unidades básicas. Segundo ele, nos últimos anos, não faltaram concursos públicos para a contratação de médicos. Em três anos foram realizados seis. Porém, muitos médicos aprovados acabam não assumindo suas vagas ou ficam nas unidades básicas apenas por um tempo limitado.
"Isso acontece devido a uma questão de mercado. Muitos médicos não querem ficar nas unidades por questões salariais. Então, vamos tentar ajustar isso através da concessão de uma gratificação especial, cujo percentual ainda não foi definido. Também vamos procurar realizar um trabalho de divulgação do concurso dentro das universidades, mostrando aos novos profissionais que é vantajoso trabalhar no serviço público, pois há incentivo à capacitação e à especialização". Atualmente, os médicos das unidades básicas ganham R$ 1,5 mil para quatro horas de trabalho e R$ 4 mil para oito.
Especialistas
Outro desafio será tentar acabar com a dificuldade que a população encontra para conseguir consulta com determinados especialistas, principalmente otorrinolaringologistas, neurologistas pediátricos, dermatologistas, oftalmologistas e endocrinologistas. A intenção é ampliar a oferta de consultas através da contratação de mais consultas dos prestadores de serviços. "Também para derrubar as filas, vamos realizar mutirões. Já estão programados mutirões para cirurgias de varizes, de hérnias e exames de endoscopia", comenta o secretário. "Além de tudo, vamos continuar investindo na promoção de saúde, com ações voltadas principalmente às populações mais carentes".
Balanço
Michele faz um balanço positivo da área de saúde nos últimos quatro anos, nos quais Curitiba foi administrada por Taniguchi. Ele acredita que uma grande conquista foi conseguir baixar os índices de mortalidade infantil através do programa "Mãe Curitibana". "O programa vinculou a gestante a uma maternidade, trazendo segurança logo no início do pré-natal. Também aumentou o número de exames oferecidos às gestantes, como o de HIV (reduzindo as transmissões verticais do vírus) e de outras doenças que geram agravos ao bebê", diz. "Na década de noventa, trinta crianças morriam de cada mil nascidas vivas. Hoje, são 11,3 para cada mil".
De acordo com o secretário, a capital paranaense também teve sucesso no controle da dengue e do sarampo. Há seis anos não surge um caso da doença na cidade. "No que diz respeito à aids, Curitiba foi a primeira cidade do Brasil a ter coragem de adotar um programa que visa fornecer camisinhas aos adolescentes dentro das escolas". Atualmente, a Secretaria Municipal da Saúde conta com 5.134 funcionários e 1,1 mil agentes de saúde contratados pelo regime de CLT.