Os pavers são um tipo de calçamento da nova concepção de urbanística. |
O antigo pátio de manobras da Rede Ferroviária Federal (RFFSA) no centro de Maringá (Norte do Paraná) está dando lugar a um projeto urbanístico. A Prefeitura da cidade realiza o projeto Novo Centro, que compreende a remoção do pátio e a revitalização da área. As obras abrangem a criação de comércio, estruturas de lazer, local para a integração do transporte coletivo e reestruturação de algumas ruas.
Os antigos trilhos de trem vão ficar sob um túnel, que futuramente pode servir para a implantação do metrô na cidade. Sob esse túnel, será feita a ligação leste-oeste de Maringá, que acompanhará a malha ferroviária até os limites do município. “Pelo menos durante dez anos, queremos atrair investimento, gerar empregos e movimentar a economia da cidade”, afirma o diretor-presidente da Urbemar, empresa responsável pelo urbanismo na cidade, Norberto Miranda.
De acordo com ele, já foram feitas a revitalização da Avenida Almirante Tamandaré em faixa única, com duas pistas de rolamento, e parte da iluminação, que será subterrânea. “Maringá será a primeira cidade do interior do País e a segunda do Paraná a não ter cabeamento elétrico aéreo”, conta. As obras estão dentro do ritmo esperado e a intenção é concluir esses trabalhos em maio deste ano.
O projeto também traz uma nova concepção de urbanismo: os pavers. É um sistema de calçamento diferenciado, com blocos de concreto intertravados, que formam desenhos geométricos. Segundo Miranda, a nova tecnologia vai facilitar a manutenção das redes de água e telefônica. Além disso, não haverá necessidade de quebrar a calçada em casos de obras, pois os pavers são retirados e colocados novamente, trazendo economia e agilidade nos serviços.
Um piso diferenciado, com texturas em relevo, também será construído na calçada para orientar os deficientes visuais. Nos cruzamentos das ruas, as sinalizações das faixas de pedestres serão feitas com adesivos especiais, com durabilidade de 10 anos, bem superior à pintura (quatro meses).
Cidade também investe em tecnologia
A necessidade de mais áreas para a instalação de indústrias e investimento nos segmentos de ciência e tecnologia fez com que a Prefeitura de Maringá lançasse o projeto Tecnoparq. Será um parque industrial diferenciado, focado para empresas de biotecnologia, agroindústria, química fina e tecnologia da informação.
O projeto também prevê áreas para indústrias de segmentos tradicionais, comércio, prestação de serviços, lazer, turismo e preservação ambiental. A Prefeitura ainda está trabalhando com as desapropriações de alguns terrenos, mas estima-se que o parque terá 300 alqueires de espaço, localizado ao lado da PR-317, na saída para a cidade de Astorga.
Segundo a secretária municipal de Indústria, Comércio e Turismo, Rosa Izelli Martins, as metas do Tecnoparq são o desenvolvimento econômico da região, elevação de renda e geração de empregos. O parque deverá entrar em funcionamento daqui a quinze anos, tempo entre a primeira fase de implantação e a instalação das empresas. “Cerca de 400 empresas vão gerar 80 mil empregos e uma renda de R$ 3 bilhões”, comenta a secretária.
Neste primeiro momento, o prefeito de Maringá, João Ivo Caleffi, entregou à Câmara Municipal um decerto que declara de utilidade pública para fins de desapropriação toda a área interna do parque (108 alqueires). “Os vereadores estão analisando o projeto para criar a lei do Tecnoparq. Assim que estiver concluída, passaremos para a próxima etapa, que é elaborar um plano de negócios e verificar todos os interessados em investir no parque”, afirma Rosa. Nesse momento, a Prefeitura está concluindo os projetos de padrão arquitetônico e urbanístico do terreno. (JC)