Com o objetivo de discutir a política de assistência social do governo do Estado e a implantação do Sistema Único de Assistência Social (Suas), começou ontem, a 6.ª Conferência Estadual de Assistência Social. O evento, que vai até amanhã, acontece no Expotrade, em Pinhais. Além das discussões, o encontro serve ainda para referendar os 60 delegados eleitos nas regionais que irão participar da 5.ª Conferência Nacional, em dezembro.
O Suas modifica a forma de partilha dos recursos federais, que a partir de sua implantação devem ir primeiro para os municípios mais carentes, pretendendo garantir maior agilidade no repasse das verbas.
De acordo com a secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Márcia Lopes, que esteve presente à abertura da Conferência, o Paraná é um dos principais estados contemplados com o aumento dos recursos para programas de assistência social do ministério. "O Estado recebeu em 2005 perto de R$ 747 milhões em investimentos nas áreas de assistência, segurança alimentar e transferência de renda", revela.
Para a secretária, o Suas, que é a concretização de uma lei federal de 1993 e criado nos moldes do Sistema Único de Saúde (SUS), é importante porque muda a mentalidade que se tem do "assistencialismo" do Estado. "Estamos transformando a assistência social em política pública, respeitando o usuário desses recursos", analisa.
O secretário de Estado do Trabalho, Emprego e Promoção Social, padre Roque Zimermann, conta que o Paraná teve grande participação na criação do Suas, fazendo contribuições valiosas com as políticas desenvolvidas no Estado para o setor. "Já utilizamos recursos partilhados, por exemplo, há muito tempo, e aos poucos estamos mostrando para os administradores públicos que o imediatismo não tem futuro", diz.
Mesmo assim, na análise do secretário, ainda falta conscientização da sociedade para que as ações públicas não tem mais o caráter de assistencialismo, como a simples distribuição de alimentos em período eleitoral. "Mas para mudar isso, é principalmente uma mudança na atitude de muito prefeito, que ainda são um grande problema para a adoção desse tipo de política", ressalta.
