Novo presidente da Femipa pede mais recursos

Unir todas as entidades interessadas para juntar forças e negociar. É assim que o novo presidente da Federação das Santas Casas, Hospitais e Entidades Filantrópicas do Paraná (Femipa), Charles London, pretende atuar para tentar elevar o montante do orçamento do governo do Estado destinado à saúde. As grandes reclamações dos hospitais que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é o baixo valor que é pago pelos procedimentos e a participação da saúde no orçamento público.

Em função de problemas financeiros, mais de cem hospitais filantrópicos fecharam ou se tornaram públicos nos últimos dez anos, e dados de 2005 mostram que os hospitais filantrópicos do Paraná perderam 2.225 leitos e o número de UTIs estagnou em 607 leitos. Segundo London, a maioria dos hospitais filantrópicos fecham ao invés de se descredenciar do Sistema Único de Saúde (SUS) porque não estão preparados para atender apenas convênios (que nos últimos anos não registraram crescimento no número de associados) e pacientes particulares.

?Para cada R$ 100 gastos em tratamentos de um paciente do SUS, o hospital recebe apenas cerca de R$ 60. E a expectativa de melhora este ano não é boa, já que o orçamento da União foi cortado e só a saúde perdeu R$ 5,8 bilhões?, afirmou. A esperança dos hospitais, segundo London, é que este ano a Câmara dos Deputados regulamente a Emenda Constitucional 59, que determina os gastos com saúde.

Retomada

O hospital filantrópico Nossa Senhora das Graças deve retomar o atendimento a pacientes do SUS em breve. Segundo London, que é diretor filantrópico do hospital, o Nossa Senhora das Graças ainda estava fazendo alguns atendimentos pelo SUS, além de atuar na área social. Entretanto, ?como é um hospital filantrópico e por isso tem um missão a cumprir?, vai voltar a destinar uma parte maior à saúde pública. O presidente da Femipa ainda não sabe dizer quando o atendimento deve voltar.

Há dois anos, o Nossa Senhora das Graças saiu do SUS alegando que estava muito endividado. Hoje London afirmou que o hospital já está com as contas equilibradas. A legislação brasileira determina que para manter a filantropia os hospitais devem destinar 60% dos seus leitos à saúde pública. Em troca recebem privilégios tributários como o não-pagamento do INSS patronal e algumas outras vantagens fiscais.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo