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‘Novo jacaré do Barigui’ chama a atenção de frequentadores

Técnicos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA) estão monitorando os lagos do Parque Barigui para fazer a identificação e um estudo sobre um jacaré avistado por lá. O objetivo é confirmar se o animal é o mesmo que havia sido avistado no local em 2012, para depois identificar a espécie e decidir se ele precisa ser retirado do parque. Dois outros jacarés já viveram no Parque. Eles foram  retirados e levados para locais mais apropriados.

“Ainda não sabemos a espécie do jacaré, mas tudo indica ser um jacaré-de-papo-amarelo, nativo da região. Caso seja, ele pode permanecer no Parque Barigui, ou pode ser capturado e realocado para áreas de ocorrência da espécie, como a Serra do Mar”, explica o diretor do Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna da Secretaria, Alexander Biondo.

Caso a opção seja pela permanência do jacaré no Barigui, mais placas informativas serão colocadas. Também serão estudadas medidas para assegurar que cães, crianças ou visitantes que pretendem fotografar o animal não se aproximem demasiadamente dele, provocando reação. “Caso seja decidido pela captura, vamos ter de monitorá-lo provavelmente até o inverno, pois sendo animais pecilotérmicos, que não regulam sua própria temperatura, os jacarés saem da água com muito mais frequência no inverno, quando a água esfria e precisam se acomodar em terra”, diz Biondo.

A biológa e chefe do Zoológico Municipal, Nancy Banevicius, alerta os frequentadores do parque para que respeitem o animal e mantenham distância, colaborando para uma convivência pacífica. “As pessoas não podem se esquecer de que se trata de um animal selvagem”, lembra. Ela recomenda não se aproximar, tocar, cutucar, tentar alimentar o réptil. As mesmas orientações valem para os animais de pequeno porte. A bióloga lembra, ainda, que cães, independentemente do tamanho, devem ser conduzidos por guia e que acima de 20 quilos devem ainda estar com focinheira, de acordo com a legislação municipal.

Forasteiros

Desde 2007, foram observados três jacarés no Barigui. Um adulto e dois menores, talvez ainda filhotes, eram avistados por visitantes e funcionários da Prefeitura. “Alguns dizem que eles surgiram naturalmente no parque, seguindo o curso do rio Barigui. Outros dizem que eles foram soltos por pescadores após viagens a outras regiões do Brasil, mas é difícil afirmar qual é a verdade”, conta Biondo.

Essa convivência foi pacífica até 2007, quando o jacaré maior (e provavelmente mais antigo) reagiu a uma investida de um cachorro pequeno, na margem de um dos lagos. O cachorro poodle morreu.

Após esse incidente, a Secretaria do Meio Ambiente resolveu capturar o jacaré para garantir a segurança dos frequentadores do parque, de seus animais de companhia e do próprio jacaré. A captura foi feita em julho de 2008, após dias de observação do comportamento do animal.

Esse jacaré, chamado de “Barigui”, era da espécie Jacaré-de-papo-amarelo (Caiman latirostris) nativo da região. O réptil foi identificado como macho, microchipado e levado para o Zoológico de Curitiba, onde está até hoje em uma grande área de lago e ilhas.

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente continuou monitorando os outros dois jacarés. Em outubro de 2012, um vídeo de um jacaré passeando pela ciclovia do parque começou a circular e outros vídeos de pessoas se aproximando e manipulando o animal foram postados nas redes sociais. Uma equipe foi enviada para analisar a situação e constatou que além deste animal – um exemplar de Jacaré-do-Pantanal (Caiman yacare) -, existia outro no lagos do parque. Esta espécie é exótica em Curitiba, ou seja, mesmo sendo nativa do Brasil, tem sua ocorrência no pantanal mato-grossense.

No dia 21 de novembro de 2012, o jacaré-do-Pantanal, que ficou conhecido pela população como “Jack”, foi capturado e en,caminhado para o Zoológico Municipal de Curitiba. Em seguida ele foi removido para o Mato Grosso do Sul em junho de 2013 e solto em uma fazenda no Pantanal, seu habitat natural. 

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