Três testemunhas de defesa do caso do acidente em que se envolveu o ex-deputado estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho foram ouvidas ontem à tarde, no Tribunal do Júri de Curitiba, durante mais uma audiência de instrução. No acidente, ocorrido no dia 7 de maio do ano passado, morreram os jovens Gilmar Rafael Yared e Carlos Murilo Almeida.
As audiências ocorrem antes do juiz da 2.ª Vara do Tribunal do Júri, Daniel Surdi de Avelar, definir se Carli vai ou não a julgamento popular. Não há prazos definidos para isso, pois nem mesmo o réu foi interrogado até agora, sem falar que seis testemunhas estão sendo ouvidas por carta precatória, já que estão fora de Curitiba.
Segundo o juiz, o ato do interrogatório do réu é o último das audiências de instrução, e ele pode acontecer em Guarapuava, onde Carli Filho tem residência. Houve, inclusive, um pedido da acusação para que o réu fosse julgado à revelia, porém, o pedido foi indeferido pelo juiz, uma vez que não havia justificativas legais para isso.
Ontem, o rapaz que vinha na contramão do Honda Fit (o carro das vítimas), Yuri Cunha, foi um dos interrogados. Ele afirmou que passou pelo Honda e logo em seguida ouviu o impacto do acidente.
“Eu achei que fosse um transformador estourando. Ouvi um grande estrondo que durou alguns segundos. Depois fui ver o que tinha acontecido e vi o que vocês todos já sabem”, contou.
Outras testemunhas de defesa, como uma funcionária do ex-deputado, Francielle Cristina dos Santos Souza, e o amigo dele, Eduardo Hilani Melara de Oliveira, também foram interrogados.
Bruno Hilani Melara de Oliveira, que também estava intimado para depor ontem, não compareceu. Segundo o juiz Avelar, se a defesa insistir, ele será ouvido em abril, já que a agenda de março da 2.ª Vara do Tribunal está fechada.
Os advogados das vítimas, Elias Mattar Assad e Juarez Kister, disseram que ficaram satisfeitos com a audiência. “Para mim, do ponto de vista de provas, o júri está definido”, opinou Kister.
Já o advogado de Carli Filho, Roberto Brzezinski Neto, foi evasivo na entrevista que concedeu aos jornalistas. Indagado sobre a sua impressão da audiência, ele afirmou que “a defesa está progredindo” e que a apresentará a todos “no momento oportuno”.
Em relação à possibilidade do júri popular, Brzezinski respondeu: “Para todo aquele que é acusado de dolo existe a possibilidade. Porém, o juiz ainda dará a sentença, não foi decidido. E caberá recurso”, afirmou.
Sobre o deputado, o advogado disse que ele está tendo “uma vida normal” e que prefere não falar mais sobre as conversas que tem tido com seu cliente por conta da ética profissional.