Avaliações pontuais, como o Exame Nacional de Cursos (Provão), não serão usadas como única forma de controle da qualidade das instituições de ensino superior. A idéia do presidente da Comissão Especial de Avaliação Superior do Ministério da Educação, José Dias Sobrinho, é que a avaliação das universidades seja múltipla, partindo principalmente de dentro da própria instituição.

Sobrinho prega diversas modalidades de avaliação, entre elas algumas feitas pelo Ministério da Educação. Ele e demais membros da comissão estão em Curitiba, desde ontem, discutindo o novo modelo de avaliação das universidades. Em 28 de abril a comissão recebeu do ministro da Educação, Cristovam Buarque, a missão de concluir um novo modelo de avaliação das universidades em 120 dias.

Ontem os membros da comissão, que tem oito paranaenses, foram recepcionados pelo reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Carlos Augusto Moreira Júnior, no prédio da Reitoria. A UFPR é pioneira no sistema de avaliação interna, desde 1987 já existe a avaliação, que hoje é gerida pelo Conselho Comunitário de Avaliação .

Para Sobrinho, não se deve avaliar uma instituição apenas com um instrumento, mas sim de várias formas, partindo principalmente da reflexão da própria comunidade acadêmica. “As avaliações devem ser continuas”, disse o presidente, destacando que tudo que a comissão concluir ainda terá que ser aprovado pelo ministro. Sobrinho destacou que o Provão avaliava simplesmente um aspecto, que eram os alunos. “Nossa intenção é avaliar a graduação, a pós-graduação, a pesquisa, os docentes, e prioritariamente a relação de importância para sociedade”, destacou, contando que há uma preocupação especial com o desordenado crescimento do número de instituições superiores particulares.

Auxílio

A professora Maria Amélia Sabbag Zainko faz parte das comissões do Ministério da Educação e da UFPR. Na Federal ela foi presidente da comissão por dez anos. “Buscamos articular o binômio planejamento e avaliação”, disse , salientando que as avaliações do conselho servem como parâmetro e auxílio para as decisões da instituição.

Para o reitor Carlos Augusto Moreira Júnior, o fator principal na auto-avaliação é que ela seja incorporada definitivamente à instituição. Moreira salientou que os resultados, ou seja, a correção feita partindo do que é avaliado, é relativamente demorada. “No início do ano que vem vamos fazer uma avaliação com os docentes. O resultado deve sair somente no meio do ano e as mudanças provavelmente só no segundo semestre”, contou o reitor.

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