Depois de três meses de impasse entre a Urbs (empresa que controla o transporte coletivo em Curitiba) e o governo do Estado, entrou em vigor ontem a tarifa de R$ 1,90. O novo valor da passagem – que gerou reclamações de usuários e cobradores – vale para as linhas da Rede Integrada de Transporte, que abrangem também a Região Metropolitana.
Devido ao feriado, o movimento nos ônibus não foi grande. Segundo o cobrador Odeir Moraes, que trabalha em uma estação-tubo no terminal do Guadalupe, os passageiros já sabiam do novo preço e, por isso, levaram a quantidade certa de dinheiro. “O pessoal vai sentir mesmo é na segunda-feira, quando todo mundo voltar a trabalhar. A confusão vai ser grande”, acredita.
Já o cobrador Fernando Lima, que também trabalha no Guadalupe, espera problemas a partir de hoje. “Até agora foi tudo certo. Quero ver amanhã (hoje)”, afirma. Ele conta que no aumento anterior, quando a passagem subiu de R$ 1,65 para R$ 1,70, muitas pessoas não sabiam do novo valor. “Muita gente trouxe dinheiro a menos. Eu deixei passar e tirei do meu bolso”, comenta. Mas se isso acontecer de novo, vai ficar difícil para Lima, já que o aumento agora foi de R$ 0,20.
Mesmo sabendo da nova tarifa, os passageiros estavam indignados com o valor de R$ 1,90. “Acho que não poderia aumentar. Vai pesar muito no final do mês”, justifica Pedro Antônio Soares, fiscal. O operador de máquina Augusto Orlatei avalia que o aumento é abusivo. “O nosso salário não sobe”, comenta. “Eu soube da nova passagem na quinta-feira à noite. Só não fui pego desprevenido porque utilizo vales”, afirma Augusto.