A falta de acordo entre trabalhadores e patrões envolvendo a pauta de reivindicações da data-base salarial de motoristas e cobradores do transporte público de Curitiba pode resultar em uma nova greve de ônibus na cidade.
O advogado Elias Mattar Assad, que defende o Sindimoc, postou em sua página no Facebook que as partes envolvidas ainda não chegaram a um denominador comum e que nesta quinta-feira (05), às 14h, está marcada uma nova audiência no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) na qual estarão presentes os representantes dos dois sindicatos.
Segundo a assessoria de imprensa do Sindimoc, os trabalhadores querem um aumento de 12,80%. Além disso, o sindicato afirma que os trabalhadores estão sem assistência médica, já que o repasse de verbas para o benefício, no valor de aproximadamente R$ 2 milhões, não está ocorrendo.
O Sindimoc disse que no momento não há indicativo de greve, mas que se não houver acordo ela poderá acontecer. Já assessoria de imprensa do Setransp, que representa as empresas, disse que não se pronunciará a respeito do assunto antes da audiência desta quinta-feira (05).
“Prevendo esta possibilidade (de greve), o Sindimoc requereu estipulação do percentual de 50% da frota para horários de pico e 30% para os demais. Desta forma, entende o sindicato, que não se prejudica a população e também não se inviabiliza o direito de greve”, afirmou Mattar Assad.
Passagem diferenciada
Outro ponto polêmico envolvendo o reajuste da passagem em Curitiba é a cobrança diferenciada para quem pagar com cartão-transporte ou dinheiro. O usuário que utiliza o cartão pagará R$ 3,15, já quem optar por dinheiro terá que desembolsar R$ 3,30.
Segundo a URBS, atualmente 57% das passagens são pagas com cartão e, com a diferenciação no valor, a expectativa da Prefeitura é que este índice suba para 70%, “o que significa que por dia, aproximadamente R$ 460 mil deixariam de circular nas gavetas dos cobradores, aumentando a segurança dos trabalhadores no que diz respeito a assaltos”.
Vídeo
Um leitor do Paraná Online encaminhou um vídeo com uma mensagem divulgada em um painel eletrônico localizado em um um terminal de ônibus na qual dizia que “o reajuste é menor que a inflação. No mesmo período, salário dos motoristas e cobradores subiram em média 20%”.
Questionada a respeito do objetivo das mensagens, a URBS afirmou que os painéis eletrônicos estão sendo usados para informar o usuário a respeito das questões envolvendo o transporte público.
O Sindimoc protestou contra a mensagem alegando que a Prefeitura e a URBS estão se utilizando de dados falsos para colocar a população contra os trabalhadores.
“A partir de 2011, quando a categoria se mobilizou, os trabalhadores obtiveram aumento real entre 3% e 4% ao ano, diferente dos 10% ao ano informados pela Prefeitura, mas a população está percebendo que a Prefeitura está mentindo e está a favor dos trabalhadores”.