* Por Bruno Maffi – Especial para a Gazeta do Povo
O papa Francisco concedeu o título de Basílica Menor à Catedral Diocesana de Apucarana (PR), na última quarta-feira (30). Dom Carlos José de Oliveira, bispo diocesano, publicou um vídeo direto da Praça de São Pedro, no Vaticano, anunciando a assinatura do pontífice, no documento que apresentava o pedido.
“Além de catedral, que já é um título máximo, é também agora basílica. Catedral Basílica de Nossa Senhora de Lourdes”, disse então sobre o título, o mais alto que uma igreja fora de Roma pode receber. Segundo o decreto Domus Ecclesiae, da Congregação para o Culto divino e a Disciplina dos Sacramentos, as basílicas possuem “um particular vínculo com a Igreja de Roma e com o sumo pontífice”.
Na igreja pode ser dedicado um altar exclusivo para a celebração pessoal do papa, convidando a uma possível visita. Construída em estilo barroco, a catedral é a única do Brasil a ter uma imagem de Nossa Senhora no topo da torre principal e a única com esse título em honra à Virgem Maria. A altura da torre com a escultura é de 50 metros.
A construção da igreja demorou 20 anos para ser concluída. A inauguração foi em outubro de 1950. Antes, duas outras edificações ocuparam o local. A primeira foi uma capelinha, derrubada por um vendaval, em 1941. No ano seguinte foi edificada uma grande igreja em madeira que, com o tempo, tornou-se pequena para o número de fiéis.
Para a obra da catedral atual foram feitas várias atividades para angariar fundos, inclusive a “Campanha do café”, arrecadação de sacas do grão junto aos pioneiros para financiar o projeto, considerado audacioso à época. No ano passado, o prédio passou por uma reforma, com custos avaliados em R$ 2 milhões.
continua após a publicidadeEm estilo barroco, a catedral é a única do Brasil a ter uma imagem de Nossa Senhora no topo da torre principal e a única com esse título em honra à Virgem Maria.
A Diocese de Apucarana foi criada pelo papa Paulo VI em novembro de 1964. Em 2025 será a comemoração dos 60 anos, na data da instalação, que ocorreu em 28 de março de 1965. Em abril deste ano, o Papa Francisco oficializou Nossa Senhora de Lourdes padroeira da Diocese.
Basílica em Apucarana passa a integrar rota do turismo religioso no Paraná
A Catedral Basílica de Apucarana é a quarta no Paraná. Em Maringá está a Catedral Basílica Menor Nossa Senhora da Glória. Em Paranaguá, a Catedral Basílica de Nossa Senhora do Santíssimo Rosário e, em Curitiba, a Catedral Basílica de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais.
Na basílica de Apucarana é possível visitar a abside pintada por Henrique Aragão, em 1965. Uma alusão ao paraíso, com a representação de vários santos. Os vitrais foram coloridos artesanalmente pelo artista alemão Lorenz Johannes Heilmair, em 2017. Os sinos da torre, instalados em 1963, ficam iluminados toda a noite e invocam a proteção de São José e Santa Maria Goretti, aos estudantes e profissionais da educação.
O relógio da torre, com três metros de diâmetro e quatro mostradores, tem o das 4 horas representado por “IIII” ao invés do algarismo IV romano, equívoco que virou uma marca registrada, desde 1962. O ponto mais registrado pelos turistas é a imagem de Nossa Senhora de Lourdes, esculpida por Ângelo Franco Perez, que deve receber uma coroa na ocasião dos 60 anos da Diocese.
Para os peregrinos, todo dia 11, às 19h, é celebrada uma missa, como ocorre no santuário de Lourdes, na França, onde Nossa Senhora teria aparecido à jovem Bernadete e curas milagrosas seguem sendo registradas. Em Apucarana, duas procissões são realizadas na data mensal, em oração pelos enfermos: a procissão das velas e a do Santíssimo Sacramento.
A basílica em Apucarana passa a ser parte da rota do turismo religioso no norte do Paraná, que inclui eventos como peregrinações, romarias e passeios ciclísticos. A cidade possui um roteiro com parques temáticos, como o de São Francisco de Assis, de Santo Expedito e o da Redenção.
Segundo uma pesquisa da Paraná Turismo, o segmento religioso é o terceiro mais movimentado do estado, atrás do turismo de negócios e eventos e do turismo cultural. A pesquisa aponta que o segmento movimenta R$ 15 bilhões por ano no país.