Ensino

Nota máxima para as universidades do Paraná

Sete cursos de graduação de universidades públicas do Paraná receberam o nível de excelência do Ministério da Educação (MEC). Os cursos tiveram nota máxima no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade 2007), no Indicador de Diferença de Desempenho (IDD) e no Conceito Preliminar de Curso (CPC), nova forma de avaliação do MEC.

O desempenho, divulgado ontem, foi o segundo melhor do País, atrás de Minas Gerais, que teve oito cursos entre os melhores. Em todo o Brasil, apenas 25 cursos (todos do ensino público) receberam o nível de excelência, num total de mais de 3,2 mil graduações das 16 áreas do conhecimento avaliadas.

A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) foi a instituição paranaense que mais se destacou, com três cursos na lista dos sete mais bem colocados: Agronomia, Farmácia e Odontologia.

Com dois cursos entre os melhores ficou a Universidade Estadual de Londrina (UEL), com Enfermagem e Farmácia. Na lista também aparecem os cursos de Farmácia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) e Terapia Ocupacional da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

UEL/Divulgação
Universidade Estadual de Londrina: Enfermagem e Farmácia se destacam.

Para o reitor da UEPG, João Carlos Gomes, o bom desempenho da universidade dá uma segurança maior para a reabertura do curso de Medicina. “O desempenho comprova a qualidade da UEPG na área de saúde”, diz. O reitor acrescenta que a UEPG está entre as 50 universidades que mais publicam internacionalmente.

Embora comemore o bom desempenho da UEL, a diretora de Avaliação da pró-reitoria de Planejamento, Rosângela Zanetti, acredita que a instituição poderia ter se saído ainda melhor, não fossem os boicotes promovidos pelos alunos de Medicina e Serviço Social. “Muitos estudantes ainda não entenderam o quanto a participação deles pode contribuir para a melhoria do curso”, lamenta.

A formação generalista de Farmácia, adotada nos últimos anos, é apontada pela coordenadora de Farmácia da Unioeste, Luciana Fariña, como facilitador do bom desempenho.

“Ao contrário do curso com habilitação, adotado anteriormente, hoje a Unioeste, a UEPG e a UEL formam farmacêuticos generalistas, nas áreas de indústria de medicamentos, alimentos e análises clínicas, além das formações básicas do farmacêutico”, explica.

Investimento de R$ 75 mi em infra-estrutura

As universidades estaduais paranaenses enfatizaram a importância do repasse de recursos que vem acontecendo nos últimos anos para manter o bom nível dos cursos.

Para a secretária estadual da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), Lygia Pupatto, o bom desempenho no Enade se deve a fatores como o projeto de recuperação da infra-estrutura das instituições, no qual estão sendo investidos R$ 75 milhões.

“Propicia condições positivas tanto de construção como de equipamentos, além do alto índice (85%) de professores das universidades estaduais que têm titulação de mestres e doutores”, afirma. A secretária lembra também o desempenho de outros 27 cursos do Estado que receberam a classificação “ótimo” do MEC.

Enade 2008

Para a edição deste ano do Enade, da qual participam alunos que estão ingressando e concluindo os cursos de graduação, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) deve divulgar até 26 de setembro a lista dos co,nvocados a fazer a prova.

A participação, que é obrigatória, é decidida por um sorteio e quem não comparece para fazer o exame pode não receber o diploma. Neste ano, o Enade acontece no dia 9 de novembro e avalia as áreas de Arquitetura e Urbanismo, Biologia, Ciências Sociais, Computação, Engenharia, Filosofia, Física, Geografia, História, Letras, Matemática, Pedagogia e Química, além de alguns cursos superiores de tecnologia.

Instituições particulares criticam novo método

Novo método de avaliação das instituições de educação superior, o Conceito Preliminar de Curso (CPC) é composto por variáveis como desempenho de estudantes, avaliação de itens como infra-estrutura, recursos didático-pedagógicos e corpo docente.

Fórmula que não agradou às instituições privadas, que representam 80% das instituições de ensino superior do País e que publicaram nota criticando o CPC. O Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular reclama de não ter sido ouvido sobre a implantação do conceito.

“No critério estabelecido, a valorização acadêmica ocorreu exclusivamente em função da quantidade de doutores, desconsiderando todo professor com titulação de especialista e de mestre, em desrespeito ao previsto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB)”, diz a nota.

Rebate

Durante a divulgação do resultado, ontem, o ministro da Educação, Fernando Haddad, rebateu as acusações dizendo que só têm que se preocupar as instituições que não estiverem fazendo um bom trabalho. O conceito do MEC varia de um a cinco.

Os cursos que ficaram com conceito um ou dois receberão visitas de uma equipe do governo federal e poderão receber novos conceitos ou assinar um termo pelo qual se responsabilizarão a ajustar o que for apontado pelo MEC para que possam continuar funcionando. Caso as exigências não sejam cumpridas, os cursos podem ser fechados.

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