Pouca demanda

Nossa Senhora das Graças fecha ala infantil

O Hospital Nossa Senhora das Graças, localizado em Curitiba, anunciou ontem que vai fechar o Pronto Atendimento (PA) pediátrico a partir do dia 31 de janeiro. Ninguém no hospital concedeu entrevistas, mas segundo a assessoria de imprensa do local, o setor será fechado em função do baixo número de pacientes que procuram esse tipo de atendimento no hospital.

Segundo a nota divulgada pela assessoria, a direção do hospital tomou essa atitude depois de fazer uma pesquisa, durante um ano, para saber a demanda e o perfil dos atendidos no PA infantil. De posse disso, concluiu que menos de 10% do total de pacientes que passavam pelo local necessitavam de consulta emergencial.

Ainda segundo a nota do hospital, em 2010 o Nossa Senhora das Graças vai dar mais atenção ao atendimento de alta complexidade, como transplantes de medula óssea, tratamento cirúrgico de múltiplas doenças, hemodinâmica e UTI neonatal.

A assessoria não informou o número de atendimentos infantis no PA e no Centro Médico do Nossa Senhora das Graças. O fechamento do PA infantil do Hospital Nossa Senhora das Graças poderá aumentar a demanda de outros hospitais de Curitiba, como o Hospital Pequeno Príncipe (HPP), por exemplo, referência no atendimento infantil.

Na avaliação do diretor clínico do local, Donizetti Giamberardino, a demanda do HPP deverá aumentar de 15% a 20% em fevereiro. Segundo ele, provavelmente terá que ser feita uma reestruturação no PA para que a demanda seja suportada de maneira eficaz.

E para piorar a situação, há cerca de nove meses, o Hospital Santa Cruz também limitou seu atendimento infantil, e passou a receber apenas pacientes de um plano de saúde específico, o que também fez aumentar em cerca de 10% a demanda do HPP.

“Hoje já temos a preocupação em atender as expectativas dos nossos pacientes, pois temos filas. Com a sobrecarga, o tempo de espera não será o desejável”, comentou.

Giamberardino explicou que a falta de pediatras é um problema que vem crescendo há algum tempo. Segundo ele, muitos pediatras têm fechado seus consultórios, e aqueles que estão fazendo residência acabam demorando nas especializações depois de formados.

“O ideal seria que cada família tivesse um médico pediatra para acompanhar e os hospitais fossem apenas para situações inesperadas. Mas não é o que ocorre. Os plantonistas podem ser muito bons, mas em geral não conhecem o histórico do paciente, da família”, observa. O HPP faz cerca de dez mil consultas infantis por mês.

Em Curitiba, além dos hospitais, todas as unidades de saúde fazem atendimento de crianças, mas algumas têm setores infantis específicos, como a do Cajuru, Campo Comprido, CIC, Sítio Cercado e Albert Sabin (no Fazendinha). Hospitais como Santa Cruz, Vita e das Nações, por exemplo também atendem crianças (além de adultos).

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