A tragédia provocada pelas chuvas no estado do Rio de Janeiro vem gerando comoção em todo País. Porém, no Paraná, o acontecido lembra outro desastre com causas naturais, que foi verificado no Estado no final de janeiro e início de fevereiro do ano passado. Na ocasião, milhares de pessoas ficaram desabrigadas, houve perda de vidas e diversos municípios decretaram estado de emergência em função de chuvas fortes.

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A região mais afetada foi o Norte Pioneiro. Entre as cidades que mais tiveram prejuízos estavam Sengés, São José da Boa Vista, Tomazina e o município vizinho de Pinhalão. Elas ficaram sem luz, sem água, com estradas rurais interditadas, casas danificadas e pontes de acesso destruídas.

Em Tomazina, foram cerca de 200 desabrigados e 80 casas destruídas. O Rio das Cinzas transbordou e fez com que a ponte principal do município, que teve uma de suas cabeceiras danificadas, tivesse que ser interditado. Na zona rural, o prefeito Guilherme Cury lembra que mais de 20 pontes caíram e que suas estruturas chegaram a ser encontradas a seis quilômetros de distância.

“Quase cinco meses após a tragédia, recebemos uma primeira parcela de recursos do governo federal, no valor de cerca de R$ 1,8 milhão”, conta Cury. Segundo ele, o dinheiro foi utilizado para recuperação de uma parte das estradas, do calçamento da cidade e de pontes. No início deste ano, o município recebeu uma segunda parcela, também de R$ 1,8 milhão, que será utilizada para conclusão das obras já iniciadas e construção de casas populares. “Porém, continuamos pleiteando verbas para a realização de obras de prevenção de enchentes, como construção de caixa de contenção de expansão de rio. Com a demora que houve na liberação do dinheiro, as finanças do município ficaram bastante comprometidas”, afirma Guilherme.

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Aguardando

Em São José da Boa Vista, os prejuízos em função da chuva totalizaram R$ 8,5 milhões, de acordo com o prefeito Dilceu Bona. No município, foram verificados principalmente estragos na região rural. “Os três rios que cortam a cidade (Itararé, Jaguaraíba e Pescaria) transbordaram. Sessenta pontes ficaram danificadas, tivemos problemas com safras e os produtores perderam 150 mil litros de leite, pois não havia como fazer o transporte do produto”, conta o prefeito. “Cinco meses depois do alagamento, recebemos uma verba federal de cerca de R$ 1,3 milhão. Já recuperamos praticamente 100% de tudo que foi afetado, mas ainda aguardamos a liberação de R$ 780 mil por parte do Ministério da Agricultura. O dinheiro será utilizado para obras de prevenção de enchentes”, diz.

Metade

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Já em Sengés, cinco pessoas perderam a vida devido a enchentes. O município ficou totalmente isolado depois que as duas pontes que o ligam a São José da Boa Vista e Itararé (SP) caíram com a cheia de rios. A cidade também ficou sem comunicação via telefone ou rádio e sem abastecimento de água por vários dias. “Após a chuva, o prefeito Walter Juliano Dória foi a Brasília (DF) e conseguiu uma verba de R$ 3,5 milhões para reconstrução da cidade. Deste valor, já nos foi enviado metade, no último mês de maio, sendo que ainda aguardamos os outros 50%”, informa o assessor de comunicação da prefeitura Percy Delgado Joly. “O centro da cidade, que foi a região mais afetada, já foi todo reconstruído. Entretanto, ainda temos algumas obras em andamento. Entre elas, a construção de 48 casas populares para atender populações ribeirinhas”, afirma.