Noite cultural lança duas edições da revista Coyote

Em seu 6º ano de vida, a revista londrinense Coyote lança duas edições simultâneas, as de número 16 e 17. A Coyote é uma das principais publicações literárias do país. Para comemorar, será realizado nesta sexta-feira (16), a "Noite Coyote", com poesia e música. O evento será na Vila Cultural Cemitério de Automóveis, na rua João Pessoa, nº 103, e é aberto à comunidade com entrada gratuita. A revista Coyote desde o seu início tem patrocínio do Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Promic) da Prefeitura de Londrina.

Na comemoração, os escritores e poetas Rodrigo Garcia Lopes, Christine Vianna, Márcio Américo, Karen Debértolis e Maurício Arruda Mendonça vão ler textos publicados nas revistas. Segundo um dos editores da Coyote, o escritor Marcos Losnak, a edição nº 16, que era para ser lançada no início de abril, atrasou e por isso, os editores decidiram realizar o lançamento conjunto das edições.

Ele afirmou que a edição 16 traz uma sessão de imagens do fotógrafo paulista Boris Kossoy, que também está com uma exposição em São Paulo. A publicação traz também uma entrevista com o desenhista e escritor Marcatti, que faz histórias em quadrinhos de forma independente. "Ele escreve, desenha e imprime tudo em casa e também publica por conta própria. É um cara muito bacana", comentou Losnak.

A edição traz ainda poemas do curitibano Marcos Prado e da argentina Alejandra Pizarnik. Tem ainda contos do escritor Miguel Sanches Neto, de Ponta Grossa, e também de Nelson de Oliveira, de São Paulo. Com tradução de Gerusa Pires Ferreira, há também poemas do canadense Robert Melançon que, segundo Losnak, não tem nada publicado no Brasil.

A parte londrinense da revista fica por conta do jornalista Nelson Sato, da Folha de Londrina. Conforme o editor Marcos Losnak, são poemas de Sato que nunca foram publicados. "Ele escreveu esses poemas em 1984, mas não publicou. Depois disso, parou de escrever poesias", contou.

Já na edição 17, os destaques são os poemas de Fernando José Karl, de Santa Catarina e também uma coletânea de poemas de seis escritoras brasileiras que estão iniciando no cenário literário no país. As poetas são Ana Rüschen, Bruna Beber, Isabela Leal, Luana Vignon, Ligia Dabul e Monica Berger. De Londrina, a principal atração é Vinícius Lima, que faz poesia visual e gráfica. "Ele constrói imagens com as letras", observou Losnak.

Destacam-se também as publicações de escritores e poetas internacionais como os poemas do chileno Roberto Bolaño, com tradução de Rodrigo Garcia Lopes. Losnak explicou que há apenas romances e contos do poeta publicados no Brasil. "É a primeira vez que são publicados poemas de Bolaño no Brasil", afirmou. Também há textos da americana Gertrude Stein, escritos nas décadas de 1920 e 1930, traduzidos por Luci Collin.

Outro destaque internacional é a entrevista com Andrei Cotresco, traduzida por Kátia Hanna. "O Cotresco é um escritor romeno que mora desde a década de 1960 nos Estados Unidos. Ele faz poema para rádio. É uma pessoa muito interessante", observou Carlos Losnak.

Conforme o editor, a revista Coyote mostra sempre textos inéditos e tem muita importância no cenário municipal, estadual e nacional porque publica sempre textos de autores de diversas partes da região, do Brasil e do mundo. Segundo ele, é uma das poucas revistas literárias que sobrevivem fora do eixo Rio-São Paulo. "Poucas revistas duram tanto tempo como a Coyote. Por ser uma área inconstante, as publicações também são, por isso, é difícil uma revista viver tanto tempo", explicou.

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