No jogo do amor, marcar gols não é tudo

Apesar de parecer estranho, o futebol pode ensinar muita coisa para a vida a dois. Com a reta final da Copa do Mundo, muitos casais podem utilizar os jogos para avaliar como está sua relação e, o mais importante, se preparar para os outros campeonatos, como o brasileiro, Libertadores da América, Copa Sul-Americana…

?Essa metáfora entre o futebol e o relacionamento faz bastante sentido?, afirma a psicóloga clínica e psicodramista Sandra Goreti Moraes. Segundo ela, um time de futebol só funciona se os parceiros estiverem integrados e dispostos a cumprir o mesmo objetivo. E isso exige disciplina, regras, saber lidar com as frustrações, aprender a ganhar e perder. No relacionamento amoroso isso também acontece, já que cada parceiro precisa saber qual é o seu papel, e entender tudo o que envolve o relacionamento. ?No relacionamento amoroso, falamos da dupla, mas temos que saber que existe a influência da família na formação desses dois. Além disso, é preciso definir o objetivo, pois se um só quer ficar junto e curtir a vida, e o outro quer formar uma nova família, isso não vai dar certo?, ponderou. Por isso, é necessário deixar as regras explícitas. ?Os relacionamentos extraconjugais, por exemplo, só valem cartão amarelo se isso não for permitido. O mesmo se aplica no jogo, quando dou um chute no meu colega quando o juiz não tiver olhando. Mas é bom lembrar que uma câmera pode estar flagrando e isso acaba sendo revelado.?

Em alguns momentos, diz a especialista, é preciso aceitar o palpite do juiz. No relacionamento essa figura decorativa pode ser as testemunhas, o amigo de confiança ou um parente, que sejam respeitados por ambos, e poderá fazer a mediação no momento da crise, mostrando ao casal quem precisa ir para o chuveiro esfriar a cabeça, ver o replay do lance e refazer a jogada.

Sexo

De acordo com o médico psicoterapeuta e especialista em sexualidade Moacir Costa, muitos homens ainda pensam que o gol é a jogada mais bonita de uma partida de futebol, mas esquecem que valem muito as trocas de passes, os dribles e os bons lances. O mesmo se aplica na cama. ?O orgasmo não deve ser o único objetivo de uma relação sexual. Muitas vezes vale muito mais o romantismo, os carinhos e a qualidade do sexo. Não adianta ter marcado muitos gols, se não teve boa sintonia, criatividade, bons lances e um passe legal.?

Em seu último livro – Sem Drama na Kama -, Costa compara o comportamento dos ocidentais e orientais, baseando-se na filosofia do Kama Sutra, que estimula homens e mulheres a desfrutar integralmente do erotismo. ?Os ocidentais vão para cama pensando no orgasmo, enquanto o Kama Sutra valoriza os cheiros e os rituais?.

O médico também coordena o Projeto Amar Bem, um grupo de profissionais que atendem pessoas do Brasil inteiro para tirar dúvidas sobre sexo pelo 0800-770-6543. Segundo Costa, é possível resolver os problemas, como a dificuldade de ereção, por exemplo, com os recursos disponíveis atualmente e, principalmente, com o envolvimento da parceira. Ele acrescenta que isso pode ser uma virada fundamental na maneira como se vive a sexualidade, com o abandono de velhos hábitos em troca de um novo universo de prazeres desconhecidos.

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