No doce balanço a caminho do mar, o barco desce o Palmital em busca de robalos

Navegar pelas águas calmas do Rio Palmital é uma experiência emocionante. A vegetação exuberante e as áreas de mangue que compõem suas margens deixam qualquer um de queixo caído. Rico em várias espécies de peixes, a ?menina dos olhos? do Palmital são os robalos. Peixe nobre de carne saborosa, que atrai, principalmente nos fins de semana, dezenas de pescadores de muitos lugares, especialmente de Curitiba. O rio é generoso. Raramente alguém sai sem pegar alguma coisa. Usando iscas artificiais ou os tradicionais camarões vivos, comprados nas várias pousadas e pesqueiros que pontuam a região, o pescador se diverte e garante almoços e jantares. Embarcando nesta aventura, a Tribuna encerra hoje sua série de reportagens ?Conversa de Pescador?, recomendando, a quem não conhece o Palmital, que desça a Serra do Mar pela BR-376, entre em Garuva e chegue neste pequeno pedaço de paraíso. Mas atente para o detalhe: peixe pequeno fica no rio, nunca é embarcado. Afinal a pesca é um esporte que deve ser praticado com responsabilidade ambiental e ecológica.

Boa leitura!

Trator e corda para tirar peixe do rio

pescador03170208.jpgO maior peixe já retirado do Rio Palmital foi um melro de 274 quilos. Estavam no barco de motor a diesel 10 pescadores. Eles capturaram o bicho com arpões e o trouxeram até a margem, onde, com a ajuda de cordas e de um trator, conseguiram retirá-lo da água. Isso aconteceu há 18 anos, numa temporada de verão. O peixe foi dividido e saboreado por muitos. A história é contada por João da Silva Duarte, um catarinense de 59 anos, dos quais os últimos 37 passou à margem do rio. Ele se casou com uma nativa – dona Lacy – e começou a vida por ali. Tudo era ?puro mato?, como revela, orgulhando-se de ter sido um pioneiro. Nem tinha luz elétrica e quem queria trabalho tinha que lidar com a terra. Mas João Duarte, como é conhecido, percebeu o interesse dos pescadores em desbravar o rio. Abriu sua propriedade para os visitantes e fez uma rampa para ajudar na saída dos barcos. Depois começou a fornecer lanches e outros utensílios. Resultado: montou um pequeno restaurante e uma pousada.

pescador02170208.jpgCom uma casa grande em alvenaria, que abriga muita gente, e outras pequenas, bem rústicas, em madeira, cheias de beliches e os necessários freezers, João Duarte toca seu negócio o ano inteiro. Para ele não tem feriado nem fim de semana. Se o pescador aparecer, ele atende. Hoje dispõe até de nove barcos com motor de 40 HPs, com ?pirangueiros? (pilotos) à disposição dos interesseados. Por R$ 190,00 a diária, um barco com piloto pode ser alugado (com capacidade para três pessoas). O ?pirangueiro? além de levar o grupo até os pesqueiros, ainda pesca para quem alugou o barco. Podem ficar na água das 7h às 16h. Outra despesa inevitável é com o camarão vivo, isca mais do que necessária para quem quer capturar robalos. Custa R$ 40,00 o cento. Cada pescador costuma sair com pelo menos 100 camarões.

Do alto de sua sabedoria pesqueira, João Duarte confirma o mito de que a lua e as marés influenciam muito na pesca. Ele, que já pegou na carretilha uma pescada amarela de 18 quilos (batida pelo filho Luciano, que pegou outra de 22) garante: as melhores luas para peixe são a quarto minguante e a quarto crescente. E as marés são as mais baixas. (MC)

* A Tribuna termina hoje sua série "Conversa de Pescador" e agradece a todos os pescadores que contaram suas histórias, participando das edições de verão.

Dicas do Moluscówski

Onde ficar na região do Rio Palmital:

-Pousada do Pescador (de João Duarte) – (47) 9984-9280.

-Pousada do Nereu – (47) 3445-2951 e (47) 9984-6109.

-Rancho Zeca Basílio (iscas e barcos) – (47) 9107-2399.

* Todas oferecem barcos, iscas e piloteiros para os interessados.

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