Na data de hoje se comemora o dia internacional do prazer máximo numa relação sexual: o Dia do Orgasmo, criado há oito anos por lojas de sex shop da Inglaterra para discutir a sexualidade feminina e esquentar as vendas nesse tipo de estabelecimento. Além disso, os ingleses também levantaram o debate sobre insatisfação das inglesas em relação ao sexo.

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Aqui no Brasil, o assunto também ganhou força e com o passar dos anos alguns números relacionados ao tema chamaram a atenção sobre o comportamento sexual das mulheres brasileiras. De acordo com o Estudo do Comportamento Sexual (Ecos), conduzido pelo Projeto Sexualidade (ProSex), da Universidade de São Paulo, 29,3% das brasileiras com mais de 18 anos sofrem com disfunção orgásmica e 34,6% com a falta de desejo sexual.

Segundo a psicóloga e sexóloga Mariângela Salomão, a questão da idade e a maior sensibilidade em relação aos problemas do cotidiano estão entre os fatores ligados à maior incidência de disfunção orgásmica entre as mulheres. “Elas são mais sensíveis que os homens e frente a qualquer dificuldade, briga, mágoa ou desentendimento, levam isso para a cama. E diferentemente dos homens, que sabem separar as coisas, a mulher até na troca sexual fica fixada nas situações desagradáveis do cotidiano”, afirma.

Para Mariângela, um dos caminhos para a mulher chegar ao orgasmo sem maiores dificuldades é o relaxamento. Segundo a especialista, realizar exercícios de respiração e criar um canal de comunicação mais aberto com o parceiro. “É preciso criar momentos a dois e em ambientes adequados, longe dos filhos e de todas as variáveis do dia a dia. Vale lembrar que a mulher precisa de estímulos auditivos para despertar seu desejo, ela mesma deve buscar isso no seu parceiro, favorecendo o diálogo amoroso, e hoje há muitos recursos para isso, tais como torpedos, emails, twitter, etc”, revela.

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Falta de desejo e anorgasmia

Uma das disfunções mais comuns é a anorgasmia, que é a incapacidade da mulher ou homem obter orgasmo na maioria das relações sexuais, ou mesmo nunca ter obtido. “É importante nesses casos saber se a incapacidade ocorre somente na relação sexual ou até mesmo na masturbação feminina. Mulheres que têm orgasmo por meio da masturbação não podem ser consideradas como portadoras de anorgasmia”, esclarece a médica ginecologista Maria Letícia Fagundes.

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A anorgasmia pode ser primária, em que a pessoa nunca teve um orgasmo, ou então secundária, em que a pessoa acaba perdendo a capacidade de ter orgasmos. A doença é extremamente incomum entre os homens e por isso não é estudada profundamente entre o público. Já na mulher é bem mais frequente. “O que se deve evitar é a ditadura do orgasmo, a necessidade imperiosa em ter orgasmo em todas as relações sexuais, pois isso acaba por depreciar a mulher e causar falta de desejo ou até mesmo a aversão sexual definitiva”, recomenda a médica.

Elas vão mais ao sex shop

A busca pelo prazer do orgasmo faz com que o público feminino seja o campeão de compras em sex shops. De acordo com André Sequeira, gerente de marketing da Adão & Eva Toys, fabricante de produtos eróticos, cerca de 85% dos frequentadores desse tipo de estabelecimento são mulheres. “Grande parte dos nossos produtos acabam atingindo as mulheres devido à demanda”, aponta.

Ainda de acordo com o executivo, o mercado exige que cada vez mais produtos diferente cheguem às prateleiras das lojas. “É preciso diversificar para atingir esse público. Hoje temos que oferecer desde cosméticos eróticos, como gel e óleo estimulantes, até masturbadores de diferentes formato”, conta. “É um mercado que é feito de novidades e a primeira pergunta que um cliente faz ao chegar num sex shop é: o que tem de novo?&rdquo,;, revela.