Aos 43 anos, Carlos Alberto da Silva, exerce em sua pequena casa de madeira, na Rua Antônio Cândido Cavalim, no Bairro Alto, uma das profissões que está se extinguindo com o passar dos anos. Há quase três décadas, ele trabalha como relojoeiro na região e diz que, apesar das previsões negativas em relação à sua escolha profissional, gosta do que faz. “Não tenho do que reclamar. Está certo que o movimento caiu um pouco nos últimos anos, mas continuo trabalhando bastante e é isso que importa”, afirma.

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Na pequena oficina, instalada na sala de sua residência, Carlos faz pequenos consertos e revisões, troca pulseiras e reforma antigos relógios de parede. Grande parte do serviço é feito para as grandes redes de relojoarias da capital. “Trabalho para uma distribuidora de relógios e peças de relojoaria, mas não abro mão de atender os clientes do bairro”, conta.

Carlos aprendeu a profissão com o primo, há 27 anos. Começou fazendo alguns consertos para o parente, mas foi ganhando conhecimento e seguiu na profissão. “Antigamente a profissão tinha status e podia-se ganhar bem consertando relógios. Hoje, com os relógios ruins fabricados na China, o pessoal compra e, se estraga, compra outro. Mas tem muita gente que gosta de relógios e quer manter a máquina sempre em funcionamento e em bom estado. É aí que eu entro”, brinca.

Gerson Klaina
Antônio Mende é cliente cativo.

Serviço aprovado

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O comerciante Antônio Mendes de Oliveira, que é dono de um supermercado próximo à oficina de Carlos, é cliente cativo e comenta que, atualmente, ter um serviço desse tipo próximo ao local de trabalho é raro. “Hoje, você quase não vê relojoeiros nas ruas. Apenas em algumas partes do centro, mas a maioria está nas lojas. Aqui com o Carlos é perto de onde eu trabalho, o preço é bom e além de tudo é rápido”, atesta Seu Antônio, enquanto aguarda a pulseira do seu relógio ser consertada.

Gerson Klaina
Carlos Alberto aprendeu o ofício com o primo, há 27 anos.