Neve em Curitiba não é impossível

Hoje faz 32 anos que Curitiba ficou coberta de neve. Porém, os curitibanos que nasceram depois de 1975 e gostariam de ver de perto este fenômeno climático na capital não devem perder as esperanças: os especialistas afirmam que, embora a probabilidade de nevar em tempos de urbanização e aquecimento global seja menor, não é impossível. Eles dizem que elementos extremos no clima sempre são possíveis, mesmo Curitiba estando em latitude e altitude desfavoráveis à neve.

?Não vou dizer que é impossível nevar novamente em Curitiba, mas as regiões localizadas na faixa tropical ou subtropical, com latitudes mais baixas, como na capital, recebem em média mais radiação solar do que o inverso, como em Nova Iorque, por exemplo. Isso faz com que não haja condição específica para a neve?, explica a professora Alice Grimm, do Laboratório de Meteorologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

A meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia no Rio Grande do Sul, Helenir de Oliveira, lembra que faltou pouco para nevar em Curitiba na semana passada, já que o mesmo aconteceu em algumas cidades do Rio Grande do Sul. ?Se a massa de ar frio tivesse avançado um pouco mais poderia ter nevado no Paraná?.

Quem nunca viu a neve em Curitiba deve ficar atento ao céu quando a chuva estiver acompanhada de temperaturas muito baixas: estas são as condições ideais para a formação de neve. Porém, caso a chuva vá embora e dê lugar ao sol e temperaturas baixas (normalmente seguidos de geadas), a probabilidade é praticamente zero. Alice diz ainda que a urbanização acelerada e o aquecimento global podem contribuir para a diminuição da probabilidade de ocorrência de neve em todo o mundo. Segundo Helenir, a tendência é que os fenômenos climáticos tenham cada vez mais intensidade.

Os argentinos puderam ver a neve em Buenos Aires, na semana passada, após 89 anos. No Paraná, moradores de General Carneiro e Bituruna (sudeste) dizem ter visto neve. ?Não sabemos se era neve mesmo, ninguém filmou ou fotografou. Pode ter sido uma chuva congelada, fenômeno anterior à neve?, explicou o meteorologista do Instituto Tecnológico Simepar, Reinaldo Kneib.

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