Mais barato!

Nem SUS, nem plano! Veja como cuidar da saúde gastando menos

Assim como os planos de saúde vieram a atender um público aflito pela incerteza de atendimento médico e hospitalar na rede pública, as dificuldades encontradas tanto no SUS quanto nos planos particulares, nos últimos anos, contribuíram pro surgimento de um novo mercado: o de cartões e sistemas que garantem descontos em consultas e exames.

Esses serviços atendem pelos mais diferentes nomes e compartilham da mesma característica: o usuário só irá desfrutar do serviço com o pagamento prévio e, em casos de empresas que cobram anuidades ou exigem saldos como os pré-pagos, que o consumidor esteja em dia.

A advogada do Departamento Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-PR), Alane Borba, esclarece que o consumidor não possui as mesmas garantias que são exigidas das operadoras de planos de saúde pela própria Agência Nacional de Saúde (ANS). “As operadoras de planos não podem comercializar os cartões de saúde e esse segmento não tem o controle da ANS. Mas por se tratar de uma relação de consumo, essas empresas podem ser punidas, caso o que foi contratado e devidamente registrado não seja cumprido”, explica a advogada.

Quem opta por esses serviços deve, portanto, guardar toda a documentação a fim de comprovar a relação com a empresa que oferta o cartão ou sistema de saúde.

Consulta em até 15 dias

O aposentando Luiz Ricardo Esmanhoto, 66 anos, experimentou todas as formas de acesso à saúde e hoje mescla o SUS com o Med Fácil, um serviço de encaminhamento a consultas e exames com descontos e livre de taxas de anuidade ou adesão. “Foi a melhor coisa que eu fiz, porque quando preciso de um médico especialista a consulta não demora, tem vezes que é no dia seguinte, mas nunca passou de duas semanas”, afirma.

Cliente da Med Fácil desde que a empresa começou a atuar, em novembro de 2014, ele comenta que não precisou de internamento, mas sua mãe de 87 anos precisou. “Ela teve um AVC (Acidente Vascular Cerebral) e fizemos tudo pelo SUS. Sinceramente não tenho do que me queixar, o SUS funciona muito bem em emergência”, avalia. Luiz ainda explica que passou boa parte da vida com plano de saúde e depois que se aposentou até tentou pagar por um plano, mas desistiu, por causa da idade e das exigências.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, 70% da população da capital é usuária do SUS.
Mesmo com essas alternativas, o número de usuários de planos de saúde particulares segue estável. Até dezembro, 2,8 milhões de pessoas contavam com esse tipo de cobertura no Paraná.

Sinam tem 80 mil

Com 15 anos, o Serviço Nacional de Atendimento Médico (Sinam) possui 80 mil titulares com a anuidade em dia no Paraná, que estendem pra aproximadamente 200 mil pessoas (familiares) os descontos viabilizados pelo sistema. Desse total, são 10 mil titulares em Curitiba, atingindo 50 mil pessoas. O gestor do Sinam, Reinaldo Martinazzo, explica que o sistema foi desenvolvido pela Associação Médica do Paraná pra tornar a consulta aos especialistas mais acessível à população.

Pra contar com os descontos do Sinan, que abrangem consultas médicas (tabeladas em R$130) e exames (média de 30% de desconto), a pessoas paga taxa de anuidade de R$ 115. São 1.500 médicos cadastrados no estado, além de psicólogos, dentistas e fisioterapeutas. Neste mês, o serviço disponibilizará uma novidade, o Sinam Medicamentos, com descontos de 30% em remédios de marca. “É um trabalho que estamos desenvolvendo junto aos laboratórios”, explica Martinazzo.

Não tem anuidade

No caso do Med Fácil, a pessoa não gasta nada pra contar com o sistema. Segundo o diretor administrativo Ro,gério Neri, o sistema é mantido por meio de um percentual retirado do valor pago pelo usuário à consulta ou serviço. Os valores acima de R$ 50 em exames ou tratamento odontológicos, por exemplo, podem ser parcelados em até três vezes no cartão de crédito. Pra se ter ideia de valores, via Med Fácil uma consulta com ginecologista fica em R$ 60, com cardiologista R$ 75 e há exames laboratoriais negociados por menos de R$ 10, como glicose por R$ 4,73 e parcial de urina por R$ 5,90.

Cartilha

Pra eliminar as dúvidas, a Agência Nacional de Saúde confeccionou uma cartilha com informações sobre os cartões de saúde, que está disponível na internet (www.ans .gov.br). Pelo Disque ANS (0800 701 9656) também é possível retirar dúvidas se o serviço é um plano de saúde ou não. Outro plano alternativo é o Dr. Sul Saúde.

SUS atende 71%

Segundo a pesquisa Plano Nacional de Saúde, realizada em 2013 e divulgada na semana passada pelo IBGE, três em cada quatro brasileiros costumam buscar atendimento médico na rede pública. Dos 156,1 milhões de brasileiros que costumam procurar o mesmo lugar, o mesmo médico ou o mesmo serviço de saúde, a grande maioria (71,1%) busca a rede pública, sendo que 47,9% buscam a Unidade Básica de Saúde, seguido por Unidades de Pronto Atendimento ou Emergência de Hospital Público (11,3%), em Hospital Público ou Ambulatório (10,1%) e Centro de Especialidades ou Policlínica Pública (1,8%). Das 30,7 milhões de pessoas (15,3% da população) que informaram ter procurado algum atendimento, 97% afirmaram ter conseguido atendimento, tendo 95,3% sido atendidos na primeira vez. Entre os que não conseguiram atendimento de saúde na primeira vez em que procuraram, 38,8% alegaram não ter médico atendendo e 32,7% não conseguiram vaga ou pegar senha.

É o seguinte!

Planos de saúde custam o olho da cara e até os particulares ficam devendo no atendimento. É gente que não acaba na fila. Foi vendo isso que a Tribuna resolveu pesquisar algumas alternativas pro povão se virar na hora uma consulta médica ou exames. São opções mais baratas e rápidas. Leia e veja se não é o caso de optar por uma delas.

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