Nem os mortos estão protegidos dos ladrões

Os ladrões não dão trégua nem para aqueles que descansam em paz. Os cemitérios de Curitiba são alvos constantes de roubos de peças de bronze e alumínio, normalmente feitos por receptadores. Os metais voltam ao mercado depois de passar por um processo de fundição.

Acredita-se que o valor pago pelos adereços atraia os ladrões. O preço da confecção de uma placa de bronze depende do tamanho da peça e da quantidade de detalhes e letras. Uma pesquisa feita pela reportagem em funerárias indicou que a placa custa R$ 500, em média. Os ferros-velhos compram o metal por R$ 2,70 o quilo.

De acordo com a Secretaria Municipal de Defesa Social, responsável pela administração dos quatro cemitérios municipais de Curitiba, o período mais crítico é aquele que antecede o feriado de Finados. Muitas pessoas reformam ou acrescentam objetos nos túmulos e capelas nessa época, despertando a atenção dos ladrões. O órgão não possui dados que indiquem a quantidade de casos registrados.

O problema já é antigo, mas não há projetos para solucioná-lo definitivamente. Um dos maiores roubos de bronze e alumínio aconteceu, no ano passado, no Cemitério de Santa Cândida. Uma denúncia indicou que um ladrão pegava as peças e escondia em um bosque perto do local. A Guarda Municipal encontrou cerca de 500 objetos, entre cruzes, placas, molduras de fotografias. O criminoso foi preso e encaminhado à delegacia.

Os cemitérios mais visados são o do Água Verde e do Santa Cândida. A ação dos policiais é prejudicada nesses locais, pois são espaços amplos e com várias entradas. As famílias roubadas têm possibilidade de recuperar os adereços porque muitas prisões são realizadas em flagrante, segundo a secretaria. O órgão orienta que os furtos sejam registrados no telefone 156. As denúncias e informações de pessoas suspeitas podem ser repassadas para a polícia no telefone 190.

Os responsáveis também fazem um apelo aos ferros-velhos para que deixem de comprar as peças de cemitério. Assim, o número de roubos pode diminuir se o ladrão não tiver para quem vender.

Policiamento

A secretaria informou que a Guarda Municipal disponibiliza um policial por turno, para tomar conta de cada cemitério. Algumas rondas também são realizadas com motos. O efetivo é reforçado quando há uma seqüência de roubos ou no período do feriado de Finados.

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