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Bombeiros ainda lutam para acabar com o incêndio no navio Vicuña.

Por volta das 20h de ontem, duas fortes explosões no navio chileno Vicuña, atracado no terminal de produtos inflamáveis, ao lado das instalações da empresa Catalini, no Porto de Paranaguá, trouxeram pânico aos moradores daquela cidade. Segundo o comandante Sérgio, da Capitania dos Portos, a tragédia ocorreu no momento em que o navio fretado pela Petrobras operava com metanol. Não há informação de pessoas mortas. Segundo o superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina, Eduardo Requião, dos 28 tripulantes do navio, seis estão desaparecidos e 22 foram encaminhados sem ferimentos graves para hospitais de Paranaguá.

O acidente no navio chileno Vicuña, da Sociedad Naviera Ultragas, foi causado durante a operação de descarga de uma carga de 11.000 toneladas de metanol, componente químico usado para processamento de madeiras na fabricação de imóveis. O Corpo de Bombeiros de Paranaguá não soube informar, até às 23h, o que exatamente causou a explosão.

As explosões, devido ao deslocamento de ar, causaram danos em dezenas de residências mais próximas ao terminal. Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil foram deslocadas para dar atendimento a grave situação. Moradores assustados foram retirados da área, inclusive romeiros que participavam da festa da padroeira de Paranaguá, no Santuário de Nossa Senhora do Rocio, que fica próximo ao terminal da Catalini. O show com a cantora Elba Ramalho, que estava programado para às 20h, foi cancelado.

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Aproximadamente uma hora depois das explosões, o fogo começou a ser controlado com a ajuda de navios rebocadores que lançavam jatos d?água. Equipes do Corpo de Bombeiros por terra também lutaram contra as chamas. O navio chileno chegou a rachar e, até o fechamento desta edição, havia a preocupação com o vazamento de óleo combustível no mar e naufrágio.

As explosões foram sentidas em partes distantes do terminal marítimo. Moradores contaram que o chão de suas residências chegou a tremer, como se estivesse ocorrendo um terremoto. "O telhado das casas chegou a levantar e há rachaduras nas paredes da minha residência", afirmou Renato Francisco da Silva, morador na Vila Becker, que fica pouco mais de um quilômetro do local do incêndio. Muitos parnanguaras, com medo de uma tragédia maior, começaram a deixar a cidade.

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"A casa tremeu, a cidade tremeu"

Antônio Pioli

Eram 19h43, quando retornei à minha residência na Rua Nestor Victor, no centro de Paranaguá. Passei a tarde cobrindo a festa que se realizava no bairro do Rocio e, em seguida, a procissão de Nossa Senhora do Rocio, que saiu do Santuário Estadual até a Catedral Diocesana. Depois de um dia de muito trabalho, resolvi deitar um pouco para descansar, quando não demorou dez minutos ouviu-se a primeira grande explosão, fazendo tremer toda cidade. Minha cama balançou. Janelas sacudiram como se estivesse ocorrendo um terremoto em Paranaguá.

Suspeitei imediatamente que algum carro havia batido na minha residência. Corri na janela de frente para Nestor Victor e, ao longe, em direção ao Rocio, se vislumbrava uma fumaça negra. Imediatamente tentei chegar até o local, mas o cheiro do gás e o perigo de novas explosões faziam os policiais evacuar todos do local, inclusive milhares de populares que se encontravam no bairro do Rocio, onde teríamos o show com Elba Ramalho, que foi suspenso imediatamente ao acidente. Os militares cercaram todas as vias de acesso ao local do acidente com manilhas, não permitindo, inclusive, a imprensa de chegar ao local para fotografias, anunciando ameaça de novas explosões.

O acidente

O acidente ocorreu no Píer Principal da Catallini, às 19h43, com o navio Vicuña, de bandeira chilena, agenciado em nossa cidade pela Wilson Sons. Com a explosão dos dois tanques, o navio se partiu ao meio. Rebocadores tentavam tirá-lo do local, mas todo cuidado era tomado porque o metanol com a maré vazante começou a chegar no píer comercial Catallini. Por outro lado, por volta das 22h, todo efetivo do Corpo de Bombeiros de Paranaguá já havia controlado o incêndio, afastando o perigo de novas explosões.