A voz é de sabiá. A aparência, de papagaio. Integrante da lista mundial de animais vulneráveis – categoria anterior aos ameaçados de extinção -, o sabiá-cica (Triclaria malachitaceae) se reproduziu pela primeira vez no Zoológico do Parque Iguaçu, em Curitiba. A reprodução em cativeiro já havia acontecido no Passeio Público. Foi lá que nasceu uma das fêmeas que agora teve filhotes. Ou seja, é a segunda geração nascida em cativeiro.
Desta vez, dois casais de sabiá-cica tiveram cinco filhotes. Dois deles estão com 45 dias. Outros três têm entre três e dez dias, mas no mesmo ninho há ainda outros dois ovos. A quantidade chamou a atenção do ornitólogo da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Pedro Scherer Neto. “A espécie costuma botar um ou dois ovos. Se cinco filhotes nascerem de um único ninho, será algo inédito”, disse ele. Em Curitiba, há três casais de sabiás-cica se reproduzindo, dois no zoológico e um que está no Passeio Público.
Os dois filhotes mais velhos estão na área de isolamento do Zoológico e ainda não podem ser vistos pelos visitantes. Já estão com a plumagem definitiva, na cor verde, mas ainda falta crescer as penas da cauda. É cedo para saber se são machos ou fêmeas. Se algum for macho, ganhará uma mancha azul no peito. Quando ficarem adultos, eles terão até 200 gramas e cerca de 25 centímetros. No viveiro, maçã, mamão e milho estão entre seus alimentos preferidos.
Patinho feio
Os cinco filhotes de sabiá-cica não são as únicas novidades do zoológico. No último domingo, nasceu um filhote de anta (Tapirus terrestris). Com cerca de 8 quilos e fêmea, o filhote chama a atenção pelas manchas e listras brancas que possui no corpo, que em nada lembram a mãe. A partir da próxima semana, ela poderá ser vista junto com as outras quatro antas que já existiam ali.
Outra espécie cujo filhote não apresenta as características dos adultos é a do cisne. Num lago do zoológico, um cisne brasileiro (Coscoroba coscoroba), branco, de bico vermelho e ponta da asa preta, nada orgulhoso ao lado de um cisne cinza de apenas 15 dias. Ele ainda vai ficar branco e bonito como o pai. Mas até lá lembrará a famosa história do patinho feio.
