Quem nunca?

Na hora do aperto curitibano tem que se virar para achar banheiro

Imagine a seguinte cena: você trabalha como dono de banca, taxista, feirante ou… você simplesmente é um cidadão comum, está passando por uma praça e bate uma forte dor de barriga, daquelas que têm que ser resolvidas em minutos. Muitas pessoas já passaram momentos de aperto até encontrar um banheiro público pra poder dar “aquela aliviada”. Isso porque, apesar de Curitiba possuir muitos banheiros disponíveis, a demanda pra usar os espaços é muito maior. Outro problema é o custo pra manter um sistema eficiente de sanitários disponíveis à população.

A região mais crítica é o centro da cidade. Para se aliviar, é preciso desembolsar R$ 1,00, mas quem utiliza o serviço não se incomoda com o custo. “Acho o preço bem acessível, pois sempre que precisei, pude encontrar o banheiro limpo. Talvez se fosse sem custo nenhum, acredito que ficaria mais sujo”, afirma Nadiele dos Santos (foto). Pra quem passa o dia inteiro fora em função do trabalho, como Nadiele, no Centro é fácil encontrar banheiros públicos na Rui Barbosa, nas Arcadas do Pelourinho, na Praça Osório e no Terminal do Guadalupe.

O tema banheiros públicos está sendo discutido na Câmara Municipal. O vereador Zé Maria (Solidariedade-PR) é autor da proposta que cria novos sanitários na cidade, através de parcerias público-privadas, pra que a cidade não tenha custo algum na criação dos novos módulos. De acordo com ele, o sistema deveria combinar em um só lugar um fraldário e banheiros adaptados pra cadeirantes.

Tudo tem seu custo

A dificuldade em ampliar a oferta de sanitários públicos é devido à operação ser deficitária. Apenas nesses primeiros cinco meses, mais de 564 mil pessoas utilizaram os seis banheiros pagos disponíveis na cidade. Porém, o custo de manutenção foi de R$ 824,8 mil, uma média de R$ 1,46 por pessoa. “Este é um serviço que representa uma despesa pra Urbs. Mesmo na Rui Barbosa, onde o fluxo é muito alto, ainda assim o caixa fecha no vermelho”, revela a assessoria de imprensa da Urbs.

O custo dos banheiros disponíveis em parques e praças está incluído junto a outros serviços prestados pela empresa Phattano, contratada por licitação de R$ 2 milhões anuais pra limpeza de todos os equipamentos da Secretaria Municipal de Esporte, Lazer e Juventude e Secretaria Municipal do Meio Ambiente. Além da manutenção dos banheiros em parques, a prefeitura informou que o contrato também prevê a limpeza, dedetização de escritórios administrativos, áreas de esporte e parte administrativa, capelas e predial de cemitérios municipais.

Lojas na rota do xixi

Quem caminha pelas calçadas do centro já deve ter sentido o odor forte de urina, isso quando não flagrou alguém em pleno ato encostado em um muro, ou poste. O mau cheiro incomoda principalmente os comerciantes. Acostumado a acordar cedo pra abrir as portas da loja de tecidos, o empresário Norton Tacla (foto) conta que é preciso sempre ter um balde pra enfrentar o forte cheiro de urina. “Após os finais de semana e em dias que temos feriados o odor é muito ruim. Nos viramos jogando bastante água, pois isso afasta qualquer cliente”, comenta. Pra Norton, essa é uma realidade com que todos os comerciantes da área central aprenderam a conviver, desde as Ruínas do São Francisco até os bares da Avenida Batel. “Apesar de não existirem muitos banheiros pro pessoal que sai dos bares depois de beber todas, tem a, questão da educação”, aponta o empresário.

É o seguinte!

Fala a verdade. Você nunca passou por um apuro na rua e não sabia onde correr pra achar um banheiro? É normal. O ideal seriam banheiros públicos decentes. Veja como as pessoas que passam o dia na rua se viram na hora daquela dor de barriga desgraçada. E saiba também onde há banheiros pagos ou de graça.

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