Na contramão do crescimento populacional

Fazer com que as políticas públicas acompanhem o crescimento populacional é desafio para administradores municipais de regiões metropolitanas de todo o País. Em Curitiba, a situação não é diferente.

Atualmente, enquanto a capital apresenta um crescimento de 1,8% ao ano, a região metropolitana (composta por 26 municípios) cresce cerca de 2%. O dado foi apresentado ontem no seminário Dinâmica Populacional na Região Metropolitana, promovido pela Secretaria Municipal para Assuntos Metropolitanos (SMAM) de Curitiba.

“Desde a década de sessenta, o que motiva o crescimento das regiões metropolitanas é o intenso movimento migratório. De 1991 até 2007, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), entraram mais de um milhão de pessoas (vindas principalmente do interior do Paraná), que deram origem a uma nova metrópole”, comenta a geógrafa do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), Rosa Moura.

No que diz respeito às políticas públicas, elas parecem estar “correndo sempre a reboque” do crescimento populacional. As maiores demandas sociais das regiões metropolitanas, segundo Rosa, costumam estar ligadas à moradia e questões ambientais.

“Na Região Metropolitana de Curitiba existem 61.712 unidades habitacionais irregulares, das quais 20.430 estão em áreas de mananciais. Isso está associado a uma série de outros problemas, como falta de creches e deficiências na saúde e transporte”, afirma.

Seguindo a tendência do que ocorre em grande parte do Brasil e em outros locais do mundo, a natalidade vem caindo na RMC -em 2006, a taxa de natalidade era de 15,42 nascidos vivos por mil.

Em contrapartida, a longevidade da população vem aumentando (atualmente, na RMC, existem cerca de 285 mil idosos, de acordo com o Ipardes). “As pessoas estão tendo menos filhos e vivendo cada vez mais, o que vem gerando uma demanda maior por serviços”, diz o coordenador de informações do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Lourival Peyerl.

Como solução para grande parte dos problemas, Rosa aponta a gestão integrada dos municípios. “Atualmente, em Curitiba, há um esforço grande, mas a gestão integrada ainda está longe da necessidade”, finaliza.

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