A represa está repleta de alfaces d´água, que servem para limpar a água. |
Coordenado pela Organização Não-governamental (ONG) EcoRios, aconteceu ontem o segundo mutirão de limpeza de uma represa formada pelo Rio Itaqui, na Chácara Itaqui, em São José dos Pinhais, próximo ao Contorno Sul. A represa está completamente coberta por uma espécie de planta aquática conhecida como alface d?água.
O presidente da EcoRios, Iolando Wojcik, destacou que o lago formado pela água ocupa boa parte de um terreno de 12 hectares. Ele disse que o trabalho para a retirada das alfaces está complicado, devido à falta de voluntários e equipamentos, principalmente barcos para desprender as plantas em regiões mais centrais do lago. “Cada planta dessas mede quase um metro contando a raiz. Elas foram colocadas aqui, não se sabe como, pois servem para limpar a água. Em 2001, aconteceu um problema com produtos químicos que ficavam muito próximos da água. Há suspeitas de que a empresa responsável é que jogou as plantas aqui”, disse, destacando que a planta tem realmente essa função, mas deve ser retirada no máximo a cada ano. “Quem ajuda a limpar são só as plantas novas. As velhas, como essas, não fazem isso”, contou, lembrando que o mau cheiro causado por elas é insuportável.
Wojcik destacou que as pessoas que quiserem ajudar no mutirão podem entrar em contato com a ONG pelo telefone (41) 638-1117. “Não sei ao certo quanto tempo vamos demorar. O ideal seria trabalhar todo dia, mas não podemos, somente nos finais de semana. Mesmo assim não vamos deixar que as plantas nos vençam”, afirmou.
Prejuízo
A chácara pertence à família de Maria Elisabeth Pedão há 50 anos. “Até 2001 ela era usada para turismo. Nós cobrávamos uma pequena taxa e as pessoas vinham aqui pescar, se divertir. Depois que essas plantas apareceram, nunca mais veio ninguém”, reclamou, afirmando que não tem mais de onde conseguir recursos.
Maria Elisabeth contou que as águas do Rio Itaqui, contaminadas pelas alfaces, acabam indo para uma Estação de Tratamento da Sanepar, que fica próximo à BR-277. A EcoRios já comunicou a empresa sobre o problema das alfaces d?água, mas até o momento não obteve nenhum tipo de ajuda.