Em algum lugar do passado

Museu Paranaense detalha a história do Estado

Localizado no coração do centro histórico de Curitiba, o Museu Paranaense guarda boas surpresas e um extenso acervo para quem nunca o visitou.

Para quem não sabe, tem aproximadamente 400 mil objetos que contam detalhadamente a história do Paraná.

São objetos de uso pessoal, mobiliário, armas, uniformes, indumentárias, máquinas, pinturas e esculturas, além de dezenas de retratos a óleo da antiga Pinacoteca do Estado.

O Museu Paranaense conta com exposições fixas e temporárias. Entre as mostras itinerárias está uma grande exposição denominada “A Guerra do Contestado”, com mapas, documentos, fotos e objetos do conflito social que envolveu a população sertaneja e tropas militares, entre 1912 e 1916, com saldo aproximado de 20 mil mortos e milhares de feridos.

“A exposição aborda também a história dos personagens que morreram na Guerra do Irani: José Maria e João Gualberto, e a representação da Gruta do Monge, que mostra a religiosidade dos cablocos”, afirma Tatiana Takatuzi, historiadora do Museu Paranaense.

Gerson Klaina
Tatiana Takatuzi: acervo completo. Veja na galeria de fotos o museu.

Além da exposição sobre o Contestado, o Museu Paranaense ainda apresenta mostras com a “Almas das Ruas”, com cerca de 40 retratos a óleo de diversos personagens da história do Paraná, os quais dão nome a várias ruas de Curitiba.

Tem também a mostra sobre o trabalho do fotógrafo e cinegrafista tcheco Vladimir Kozák, que nas décadas de 40 e 50  produziu vários filmes sobre etnologia indígena e cultura popular no Paraná.

“Hoje temos um acervo completo sobre a história do nosso estado, desde a cultura indígena, passando pela Guerra do Contestado, o trabalho dos tropeiro, até a chegadas das colônias européias no Paraná”, conta Tatiana.

Mais visibilidade

Apesar de conter o mais rico e completo acervo sobre a história do estado, o Museu Paranaense não recebe a quantidade de público que merece. Segundo Tatiana, atualmente o local recebe em média 25 mil visitantes por ano.

“Este não é um bom número. Quando o museu ficava no Paço, por exemplo, tínhamos público maior, pelo fato do local ter maior fluxo de pessoas. O que precisamos é ter mais visibilidade, que as pessoas vejam mais o museu”, diz.

Palácio São Francisco já foi sede do governo

Inaugurado no dia 25 de setembro de 1876, no Largo da Fonte, hoje Praça Zacarias, por Agostinho Ermelino de Leão e José Candido Murici, o local foi idealizado para abrigar mais de 600 peças entre objetos, artefatos indígenas, moedas, pedras, insetos, pássaros e borboletas. Na época, era o primeiro museu no Paraná e o terceiro no Brasil.

Seis anos após a abertura, o Museu Paranaense foi passado para as mãos do governo estadual. Sob administração estatal, o museu passou por mais cinco sedes, todas no centro da capital, antes de chegar ao atual endereço, o Palácio São Francisco.

Construído pela família Garmatter na década de 20, o local serviu como sede do governo após ser adquirido, em 1938, pelo então governador Manoel Ribas. O governo permaneceu no prédio até 1953, quando o Executivo ganhou sede no Centro Cívico, hoje Palácio Iguaçu. Depois de ser sede do Tribunal Regional Eleito,ral durante duas décadas, o local se tornou definitivamente o Museu Paranaense em 1987.

Serviço:

Museu Paranaense – Rua Kellers, 289 – Alto São Francisco. Telefone/Fax: (41) 3304-3300. Horários de visitação: De terça a sexta-feira das 9h às 18h. Aos sábados, domingos e feriados das 10h às 16h. Mais informações: http://www.museuparanaense.pr.gov.br

Veja na galeria de fotos o museu.

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