Os primeiros lampiões a iluminar a cidade de Curitiba foram instalados na cadeia pública, em 1874, para evitar que os presos fugissem do local. Essa e outras curiosidades da iluminação pública da cidade podem ser apreciadas no Espaço da Luz, inaugurado ontem, na Rua Emílio de Menezes, 500, no São Francisco. Os funcionários do Departamento de Iluminação Pública, da Secretaria Municipal de Obras, são os responsáveis pela criação do local.
Uma das peças que mais chama a atenção dos visitantes é a réplica de um dos primeiros lampiões instalados em Curitiba. Ele foi modelado pelo eletrotécnico Edgar Staichok, que trabalha desde 1986 na Prefeitura. “É um espaço cultural. Temos aqui peças antiga e atuais”, comenta Edgar.
A história da cidade se confunde com a implantação da iluminação. Em 1848, formou-se na Câmara Municipal uma comissão para discutir a instalação de lampiões, em especial para a cadeia pública, já que as fugas de presos aconteciam sempre quando as velas se apagavam.
Na época foram comprados 20 lampiões, três para a cadeia e os demais distribuídos para vários pontos da cidade. Foram investidos nos equipamentos 80 mil réis. Mas somente em 1874 os lampiões começaram a funcionar. A demora ocorreu porque os custo para mantê-los eram muito altos. Para comemorar o fato houve até um baile em praça pública.
Eletricidade
A primeira lâmpada elétrica chegou a Curitiba em 1886. Ela foi acesa no Passeio Público no dia 19 de dezembro daquele ano para comemorar a instalação da Província do Paraná. Mas a iluminação elétrica ganhou força mesmo só em 1892, com a instalação de uma usina geradora. Aos poucos o hábito do curitibano começou a mudar. As famílias iam durante a noite ao centro da cidade para conhecer a novidade, o comércio também começou a fechar mais tarde e os teatros ganharam uma nova rotina.
Vandalismo
No museu também é possível ter uma idéia da ação dos vândalos. Vários luminárias atingidas por tiros mostram o prejuízo que a cidade tem, cerca de R$ 2.500,00 por dia. Também são encontrados tênis e pipas enroscados nos fios que podem comprometer o funcionamento do sistema e causar acidentes.
Até as moradias do pássaro João-de-barro têm destaque. Geralmente eles fazem suas casas em cima do relé (aparelho que mede a luminosidade e acende a lâmpada quando anoitece), pois têm uma temperatura agradável.
Outra sala mostra o que existe de mais moderno hoje em termos de iluminação. Destaque para a lâmpada de vapor de sódio, que a partir de 2000 começaram a substituir as de mercúrio na capital. O diretor do Departamento de Iluminação Pública, Eduardo Aichinger, explica a troca foi feita porque o sódio é menos poluente. Hoje na cidade estão instaladas 130 mil lâmpadas, sendo 110 mil nas ruas e avenidas e 20 mil nas praças e bosques. As visitas ao local serão abertas para escolas e podem ser agendadas pelo telefone 350-9719.