Muros com 2,5 metros de altura já são obrigatórios nos ferros-velhos de Maringá, na região noroeste do Estado. A obrigatoriedade entrou em vigor ontem, com a aprovação da lei complementar n.º 755, que prevê a implantação dessas obras no prazo de 90 dias. Além dos ferros-velhos, qualquer terreno que for utilizado para armazenar sucata deverá seguir a norma.
De acordo com o secretário de Controle Urbano e Obras Públicas de Maringá, Walter Progiante, a mudança na estrutura física desses terrenos tem como objetivo principal reduzir a poluição visual na cidade.
“Os ferros-velhos começam pequenos, mas com o passar do tempo vão crescendo e ficando numa situação muito bagunçada. Por isso, a intenção da Prefeitura de Maringá é que a construção dos muros sirva como uma maneira de evitar essa cena, deixando a cidade mais bonita”, explica.
Se porventura o responsável pelo estabelecimento não fizer as mudanças dentro do prazo, pode receber multa que pode variar de R$ 400 a R$ 3 mil, dependendo da reincidência. “O objetivo da prefeitura não é multar os ferros-velhos de Maringá, mas sim, fazer com que esse tipo de poluição seja minimizado”, diz.
Como os materiais ficam muito tempo armazenados nos ferros-velhos, a criação de pragas como ratos, cobras e escorpiões também preocupa a prefeitura. “A medida evita também o contato de bichos que vivem nesses ambientes com os pedestres. Muitas dessas empresas utilizam telas como proteção, porém, esse material não oferece nenhuma resistência e segurança para o proprietário e muito menos para quem passa pela rua”, explica Progiante.
Para o responsável por um ferro-velho de Maringá, Allan Wunderlich, a medida é eficaz. “Concordo com a prefeitura. A beleza da cidade é essencial para os turistas que chegam aqui (Maringá). Ninguém quer viver ou estar em uma cidade cuja visão é atrapalhada por coisas velhas, sujas e enferrujadas”, afirma o empresário, que já tem muros construídos em volta de seu estabelecimento.
Dengue
Além da preocupação com a poluição visual e com a segurança, a prefeitura de Maringá está visitando quinzenalmente todos os lotes de ferros-velhos e sucata em busca do mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti. A visita é feita por agentes da Vigilância Sanitária, que identificam e extinguem focos do mosquito nesses locais.
“Por conta da quantidade de sucata acumulada, os ferros-velhos podem se tornar grandes focos de criação do mosquito, não queremos isso em Maringá”, diz Progiante.
