Solução

Municípios ainda ignoram técnica de compostagem do lixo

Somente 2,5% dos municípios paranaenses fazem a técnica de compostagem do lixo para enviar ao aterro somente os resíduos que realmente não podem ser aproveitados. A informação é do procurador de Justiça Saint Clair Honorato Santos, coordenador do Centro de Apoio das Promotorias do Meio Ambiente, do Ministério Público do Paraná. Na compostagem, os resíduos orgânicos são transformados em um material que pode ser usado como adubo. Santos cita o exemplo de Tibagi, na região central do Paraná, onde o aterro sanitário terá mais vida útil por causa da aplicação da compostagem.

“Não tem o que dizer das vantagens da compostagem. O que vai para a vala é entre 40% e 60% de orgânicos. Cerca de dez municípios no Paraná fazem a compostagem. É simples e barato. Resolve o problema nos municípios menores. Nos maiores, existem técnicas e equipamentos para isto. Não é um bicho de sete cabeças”, afirma o procurador.

Quando perguntado sobre a quantidade de lixo gerada no litoral do Estado durante a temporada de verão, Santos lembrou que o Ministério Público fez uma recomendação ao governo do Estado para implantar a compostagem junto com as obras da Operação Verão. “Segundo notícias que tivemos, o volume de lixo no aterro de Pontal do Paraná chega a 400 toneladas por dia. E o aterro vai perdendo vida útil”, analisa.

Segundo o procurador, em Curitiba, enquanto se poderia fazer a compostagem e aumentar o índice de reciclagem, o lixo continua apenas sendo enterrado. “Estamos construindo um passivo ambiental para os próximos 500 anos”” ressalta Santos, lembrando que a lei federal 12.305 determina o tratamento dos resíduos. “Estamos aguardando a manifestação da nova gestão. Aí vamos saber para onde vai”, declara.

Poder público não cumpre sua responsabilidade

O procurador de Justiça Saint Clair Honorato Santos acredita que, em algum momento, a sociedade vai ter que mudar a sua relação com o lixo. Será necessário partir de vez para a sustentabilidade. Uma reciclagem plena, de acordo com ele, depende apenas do poder público. Se o cidadão não separa, de quem é a culpa? “Se isto não funciona, é responsabilidade do poder público, que não atua decisivamente. Não é falta de recurso, mas falta de vontade”, opina.

Para Santos, tudo passa por uma forte educação ambiental, com os cidadãos transformados e sensibilizados para a importância disto. E com o poder público dando estrutura para que todo o processo seja finalizado, como já acontece em outros países. A Alemanha, segundo o procurador, atingiu 70% de reciclagem do seu lixo.

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