Apesar das dificuldades do ensino público, o Colégio Estadual Maria Cintra de Alcântara, em Tamarana, no norte do Paraná, conseguiu obter a maior nota no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2009 entre as escolas estaduais no Estado. O resultado, divulgado ontem pelo Ministério da Educação (MEC), apontou a média de 624,77 para a escola, dentro de uma escala que vai de 0 a 1.000. Já se considerar o ensino médio da rede pública e privada no Paraná, o campi Curitiba da Universidade Tecnológica do Paraná (UTFPR) foi o melhor colocado no Estado, sendo que o campi Pato Branco ficou em sexto lugar.
O Colégio Maria Cintra tem 1.300 alunos, e é o único estadual de Tamarana, e ficou na 42.ª colocação entre os colégios estaduais do País (desempenho melhor do que o do ano passado, quando os colégios estaduais só apareciam na 59.ª posição). A diretora do local, Juliane Aparecida de Paula, disse que o bom resultado só foi possível devido à união da equipe da escola, e também do esforço dos pais e alunos. Ela lembrou que a escola tem muitas dificuldades, como a nota do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) que baixou neste ano por conta da repetência e outros fatores, mas as pessoas que atuam no colégio não desanimam. “Temos dificuldades com recursos humanos também, mas todos vestem a camisa aqui”, disse.
A UTFPR, por sua vez, se destaca por ofertar cinco cursos técnicos (fora os de graduação e pós). A diretora de Graduação e Educação Profissional da UTFPR, Denise Buiar, diz que a boa colocação da instituição pode ser explicada pela qualidade do estudante que entra na UTFPR (os cursos são bastante concorridos) e pelo perfil dos docentes. “Trabalhamos com a verticalização do ensino, ou seja, os mesmos professores que dão aulas no ensino técnico também lecionam no Doutorado, por exemplo. Então o estudante sempre tem acesso a profissionais extremamente qualificados”, analisou.
Poucas novidades surgiram nos resultados quando o assunto foi escolas particulares, pois elas novamente se sobressaíram em relação às instituições públicas. A pior escola colocada no Enem é o Colégio Estadual Presidente Getúlio Vargas, no município de Ivaté, na região noroeste do Paraná. A reportagem procurou a escola por telefone, mas ninguém atendeu no local.
O Enem tem participação voluntária dos estudantes e isto influencia diretamente no resultado de cada escola. Segundo a secretária de Estado da Educação, Yvelise Arco-Verde, não é possível fazer uma avaliação geral do resultado do Paraná no exame. Mas ela ressalta que o Estado segue a média nacional. “A participação no Enem é voluntária. Teve escola com uma boa participação e outras não. O Enem não tem a precisão estatística de amostra”, comenta.