Das três adolescentes de piercing no umbigo ao velho punk vendedor de cinturões, o Mercado Mundo Mix consolidou-se, definitivamente, como ponto de encontro de gente antenada. “O pessoal que vem aqui está ligado em tudo: música, moda e artes”, explica Geisa Gabriele, promotora do evento.
Funcionado como um grande circo que percorre as principais cidades brasileiras, o Mundo Mix está em sua sétima edição em Curitiba e o público cresce a cada ano. A expectativa para ontem e hoje é de que 10 mil pessoas visitassem, nos dois dias, as exposições no ginásio do Círculo Militar.
No Brasil não há nada igual ao evento. A inspiração é a feira do Mercado das Pulgas de Londres. “Criamos uma moda”, diz Geisa. Os atrativos da “moda” Mundo Mix são muitos. O visitante pode ler a sorte, dançar ao ritmo da música eletrônica dos DJs, paquerar, comprar roupas, fazer uma tatuagem, cuidar do cabelo e comprar brincos, pulseiras, bolsas e chapéus dos mais variados estilos. O Mundo Mix desse ano ainda trouxe quatro cartunistas curitibanos caricaturando o público.
Mas a grande atração das feiras continua sendo a imensa variedade de roupas. No estilo brexo, com partes rasgados, com imagens exóticas, as peças são a marca principal do Mundo Mix. “Gastei R$30,00 em roupas, pulseiras e brincos. Tem coisas que eu só encontro aqui”, disse a estudante Ariádine Wyrbiski, de 16 anos.
Fotógrafo cria conflito de imagens
Guilherme Voitch
Um dos estandes mais concorridos desse ano no Mundo Mix foi o do fotógrafo Roberto Campadello. Usando a tecnologia de máquina digital em uma sala de espelhos e posteriormente trabalhando a imagem em computador, o artista consegue um resultado intrigante. As imagens de duas pessoas ou de uma pessoa mais uma tela são fundidas, causando um efeito de estranhamento de profundidade e nitidez a quem observa o resultado final.
Roberto que herdou a técnica do pai diz que pretende promover uma exposição das obras. “Esses anos de Mundo Mix deram bastante material”, explica.