Nesta terça-feira (26), uma audiência pública discutirá a obrigatoriedade das grandes redes de supermercados substituírem sacolas plásticas convencionais por sacolas que não gerem passivos ambientais.
Foram convidados a participar da audiência o diretor-presidente do Grupo Carrefour Brasil, Jean Marc Pueyo; o presidente da VWS Supermercados Brasil, Héctor Nunes; o responsável pelo Centro de Apoio às Procuradorias (CAOP – Meio Ambiente), procurador de Justiça Saint Clair Honorato Santos; o presidente executivo da Plastivida, Franscisco de Assis Esmeraldo; presidente da Companhia Brasileira de Distribuição, Abílio dos Santos Diniz; o presidente da Associação Paranaense de Supermercados (Apras), Everton Muffato e o presidente do Sindicato da Indústria de Material Plástico do Paraná (SIMPEP), Dirceu Galléas.
Desde o dia 1o de abril deste ano, o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) vem aplicando uma multa diária no valor de R$ 70 mil às redes WMS Supermercados do Brasil – que engloba os estabelecimentos Wal Mart, Big e Mercadorama,Carrefour e Companhia Brasileira de Distribuição (do qual fazem parte as lojas Pão de Açúcar e Extra).
A multa – que já totaliza cerca de R$ 8 milhões – se deve às redes não terem apresentado à Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos alternativas para as sacolas plásticas disponibilizadas em suas lojas.
O secretário Rasca Rodrigues destacou que a substituição das sacolas convencionais vem sendo discutida há mais de dois anos com o setor. “Começamos com a Associação Paranaense de Redes de Supermercados (Apras) e depois passamos a convocar as redes individualmente, mas sempre com o mesmo objetivo: uma solução para as sacolas plásticas que estão na boca dos nossos caixas”, explicou.
Estima-se que sejam consumidas no Paraná cerca de 180 milhões de sacolas mensalmente – o que corresponde a 900 toneladas de plástico descartadas no meio ambiente, seja em aterros sanitários ou abandonadas em fundos de vale, rios e terrenos baldios. De acordo com levantamento da coordenadoria de resíduos sólidos da Secretaria, apenas estas redes são responsáveis por 70% das sacolas disponibilizadas no mercado.
Segundo ele, de cada 100 sacolas disponibilizadas, apenas 15 retornam para reciclagem. “Ou seja, 85 ficam na natureza, provocando enchentes, poluindo Unidades de Conservação e fundos de vale, por exemplo”, comentou.
A iniciativa de buscar alternativas para as sacolas plásticas é do programa Desperdício Zero, coordenado pela Secretaria do Meio Ambiente, que tem como objetivo reduzir em 30% o volume de lixo gerado e eliminar os lixões a céu aberto no Estado.