Cerca de 1,5 mil mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Via Campesina e do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) participaram ontem de mobilizações e protestos contra a Syngenta Seeds em diversas cidades paranaenses.
O objetivo do ato era pedir justiça pela morte do sem terra Valmir Mota de Oliveira, o ?Keno?, em outubro do ano passado, e protestar contra as pesquisas com transgênicos no País.
Em Londrina, Ponta Grossa e Campo Mourão, elas foram para as ruas protestar em frente aos escritórios regionais da multinacional. Em Londrina, após o ato, foram deixados três caixões em frente ao local, para simbolizar a morte do sem terra. Em Campo Mourão, a polícia acompanhou a manifestação, que pediu ainda a retirada da empresa do País. Em Ponta Grossa, o ato contou com distribuição de milho verde crioulo à população, em protesto à liberação para pesquisas com milho transgênico pelo Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS). Já em Santa Tereza do Oeste, onde fica a fazenda da multinacional, as camponesas participaram de uma caminhada até a sede da propriedade.
Morte
O processo que apura a morte de ?Keno? ainda tramita na Justiça. Ele foi morto junto com um segurança num confronto entre seguranças e sem terra na fazenda da Syngenta; foram denunciadas pelo crime 19 pessoas. O próximo trâmite do processo é a oitiva das testemunhas, o que, segundo os advogados da Via Campesina, não deve ocorrer antes do ano que vem.
A Syngenta confirmou ontem as manifestações em frente a três de seus escritórios e reafirmou que a área da empresa continua invadida, ?apesar das decisões da Justiça favoráveis à reintegração de posse e de todas as conclusões da polícia e do Ministério Público não envolvendo a empresa e apresentando denúncia contra os integrantes do movimento?, conforme informou em nota.