“Toda mãe reza umas duas vezes por dia pelos filhos, eu tenho motivos para rezar mais vezes ainda”, desabafa Rosicler Marcia Bonato, mãe da tenente Arianeh, comandante da Unidade Paraná Seguro (UPS) da Vila Sandra.
A profissão de policial militar, tradicionalmente ocupada por homens, hoje já tem grande quantidade de mulheres, muitas em postos de destaque. O prestígio das comandantes é acompanhado do orgulho e da preocupação das mães delas.
As tenentes Arianeh Bonato, Fernanda Pegorini e Caroline Costa comandam unidades do projeto de segurança que é a menina dos olhos do governo. As UPS são instaladas em áreas com altos índices de criminalidade, visando aproximar a polícia da comunidade para reduzir a violência.
Sonho
A psicopedagoga Silvana Schweigert, mãe da tenente Caroline Costa, que comanda a UPS do Uberaba, conta que a filha realizou antigo sonho dela. “Eu fui aluna da Academia do Guatupê, mas desisti. Não comentava nada para que ela não fosse influenciada, mas quando chegou na adolescência fez algo que eu não consegui fazer”, conta.
A tenente Caroline seguiu ainda o caminho do pai, também policial. Silvana diz que se divide entre o orgulho e a preocupação com Caroline. “Fico bem orgulhosa por ela ser mulher comandando uma UPS, mas ao mesmo tempo fico preocupada por ser um setor perigoso na PM”, afirma.
Profissão de pai pra filha
A tenente Arianeh também seguiu a trajetória do pai, policial na reserva. Quando estava na quinta série, entrou para o colégio da polícia. “Ela foi pegando gosto, quando saiu do colégio foi para academia e acho que se encontrou”, diz Rosicler Marcia Bonato. “Sempre estimulei para que ela lutasse pelo o que queria, independente de ser policial ou outra coisa”, ressalta.
Quando soube que a filha comandaria a UPS da Vila Sandra, Rosicler ficou preocupada. “Fiquei bem assustada porque comparei com a situação do Rio de Janeiro, onde os policiais estão sofrendo perseguições. Mas, com o passar do tempo compareci à UPS, conheci a equipe e sei que os resultados estão sendo bons graças à preparação”, relata.
Confiança na competência
A mãe da tenente Fernanda Pegorini, Beatriz Pegorini, revela que quando a filha desistiu da faculdade de biologia para ser policial levou um susto. “Ela desistiu no último ano porque disse que queria ser policial. Não sabia de onde ela tinha tirado a ideia, porque ninguém da família é policial”, ressalta.
Beatriz diz que a rotina da filha, comandante da UPS Zumbi, lhe aflige, mas confia na competência dela. “Tenho muito medo, mas acredito que ela é uma pessoa bem iluminada, profissional muito dedicada e perfeccionista”, complementa Beatriz.